Governo afegão rejeita proposta dos EUA para acelerar acordo de paz
O Governo afegão rejeitou hoje a proposta feita pelo chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, para acelerar as negociações de paz com os talibãs, que estão paradas há várias semanas.
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Mundo Afeganistão
"A nossa pobreza e dependência do mundo exterior não significam que devamos aceitar pedidos ilegítimos", disse o primeiro vice-Presidente afegão, Amrullah Saleh, depois de ter recebido uma carta com a proposta norte-americana dirigida ao Presidente afegão, Ashraf Ghani.
Saleh reconheceu que o relacionamento de Kabul "com o mundo ocidental e com os Estados Unidos é fundamental e baseia-se em interesses mútuos", mas afirmou que, embora os poderes estrangeiros sejam livres para decidir sobre a sua presença militar no Afeganistão, eles não têm controlo sobre o destino do Afeganistão.
Em fevereiro de 2020, os Estados Unidos estabeleceram um acordo com os talibãs, comprometendo-se a retirar o seu efetivo militar do Afeganistão, sob a condição de os rebeldes impedirem o desenvolvimento de núcleos terroristas na região e entenderem-se com o Governo afegão num tratado de paz.
"Os americanos e ocidentais estão no seu direito de organizar conferências, dar entrevistas, escrever cartas e negociar com os talibãs sobre o que fazer com os 2.500 soldados dos EUA e os vários milhares de soldados da NATO. Mas também é nosso direito legítimo não submeter o destino de 35 milhões de afegãos ao calendário dos outros", disse o vice-Presidente.
Na sua carta dirigida a Ghani, Antony Blinken propôs quatro pontos para acelerar o processo de paz afegão, que está parado há seis meses, provocando um aumento de violência no Afeganistão.
Entre esses pontos encontra-se a ideia de organizar uma reunião entre os governos da Rússia, China, Paquistão, Irão, Índia e EUA, sob os auspícios da ONU, para tentar conseguir a paz no Afeganistão.
A proposta do chefe da diplomacia norte-americana também indica que o Governo dos EUA desenvolveu um plano para reduzir a violência por parte dos talibãs.
Após a tomada de posse de Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos, em janeiro, os EUA prometeram rever o acordo com os talibãs e ainda não esclareceram se pretendem retirar os cerca de 2.500 soldados que ainda se encontram no Afeganistão nos próximos meses, como ficara inicialmente previsto.
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