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Responsável da ONU diz que Eritreia deve retirar tropas de Tigray

A Eritreia deve retirar as suas tropas de Tigray, na Etiópia, onde prosseguem os combates entre o Exército etíope e as forças dissidentes regionais, defendeu hoje o sub-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Assuntos Humanitários.

Responsável da ONU diz que Eritreia deve retirar tropas de Tigray
Notícias ao Minuto

18:43 - 04/03/21 por Lusa

Mundo Etiópia

"As forças de defesa da Eritreia devem deixar a Etiópia e não devem ser autorizadas a continuar a sua campanha de destruição antes de partirem", disse Mark Lowcock, num discurso proferido numa reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU, citado pela agência France-Presse.

Na mesma altura, o responsável apelou também para um "reforço urgente" da ajuda humanitária ao Tigray e citou "atrocidades maciças" alegadamente cometidas na região.

Esta é a primeira vez que um funcionário da ONU apela explicitamente à retirada das tropas eritreias da Etiópia, acusada hoje em Genebra de atrocidades naquela região separatista do norte pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

Desde que o Exército etíope lançou uma operação militar na região no início de novembro, o Conselho de Segurança tem realizado poucas reuniões sobre o Tigray e nenhuma das três sessões anteriores terminou com uma declaração conjunta.

O consenso tem sido minado pelas divisões entre países africanos, que apoiam a Etiópia e para quem a luta é um assunto interno, e os países ocidentais.

A China e a Rússia pendem para o lado africano.

Os países ocidentais consideram que a situação humanitária e o afluxo de refugiados aos países vizinhos exigem uma ação por parte do Conselho de Segurança.

Apesar dos acordos entre a ONU e as autoridades etíopes, o acesso das agências humanitárias ao Tigray continua muito limitado, disse Marck Lowcock.

As Nações Unidas consideram que centenas de milhares de pessoas ainda não puderam ser ajudadas, especialmente nas zonas rurais.

Os membros do Conselho de Segurança têm vindo a negociar um projeto de declaração desde terça-feira, mas os diplomatas estão divididos quanto à aprovação de um texto comum.

A reunião de hoje, por videoconferência, foi solicitada pela Irlanda, um membro não permanente do Conselho.

A este pedido juntaram-se a Estónia, a França, a Noruega, o Reino Unido e os Estados Unidos da América, que na terça-feira apelaram para uma investigação internacional sobre as atrocidades relatadas em Tigray.

Na última sessão de 02 de fevereiro, os membros africanos do Conselho (Quénia, Níger e Tunísia) recusaram-se antecipadamente a adotar qualquer texto, de acordo com fontes diplomáticas.

Desde novembro, os membros africanos do Conselho de Segurança têm vindo a enfatizar o papel que acreditam que a União Africana (UA) deve desempenhar na resolução da crise etíope.

"Não podemos esperar que a UA e as organizações sub-regionais resolvam", defendeu, sob anonimato, um diplomata citado pela AFP.

"Esta é uma situação em que a União Africana, com a sua boa vontade, não tem sido capaz de ter sucesso", acrescentou.

Por isso, defendeu, o "Conselho de Segurança e o secretário-geral devem continuar e amplificar os seus esforços".

O primeiro-ministro etíope e Prémio Nobel da Paz de 2019, Abiy Ahmed, ordenou uma operação militar em larga escala contra as autoridades dissidentes do Tigray, membros da Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), no início de novembro de 2020, acusando-os de ataques a bases do Exército federal.

Abiy declarou vitória no final de novembro com a captura da capital Mekele, mas as autoridades regionais em fuga da região prometeram continuar a luta e desde então foram noticiados vários combates.

As notícias de atrocidades cometidas contra civis estão a aumentar, inclusive por soldados da vizinha Eritreia que se juntaram a Abiy na luta contra a TPLF.

As autoridades de Adis Abeba e Asmara negam oficialmente que as tropas eritreias estejam ativas na região.

Leia Também: ONU diz ter informação sobre "crimes contra a humanidade" no Tigray

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