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Guterres implora por generosidade de dadores para evitar fome no Iémen

O secretário-geral da ONU, António Guterres, implorou hoje aos doadores para que financiem "com generosidade" a ajuda humanitária ao Iémen, "a fim de evitar que a fome engula" um país que já devastado pela guerra.

Guterres implora por generosidade de dadores para evitar fome no Iémen
Notícias ao Minuto

16:24 - 01/03/21 por Lusa

Mundo ONU

"Cada dólar conta", garantiu numa conferência virtual co-organizada pela Suécia e pela Suíça com o objetivo de arrecadar cerca de 3,2 mil milhões de euros para o Iémen.

"A fome está a acabar com o Iémen. Temos de correr se queremos evitar que a fome e a inanição roubem milhões de vidas", alertou Guterres na conferência.

Apesar do apelo, é improvável que a resposta dos doadores atinja os objetivos da ONU, visto que a pandemia de covid-19 e as suas consequências devastadoras atingiram as economias de todo o mundo.

A guerra do Iémen começou em 2014, quando os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, tomaram a capital, Sanaa, e grande parte do norte do país.

A coligação liderada pelos sauditas e apoiada pelos EUA interveio meses depois para desalojar os rebeldes e restaurar o governo internacionalmente reconhecido.

O conflito matou cerca de 130.000 pessoas, gerou o pior desastre humanitário do mundo e reverteu o desenvolvimento conquistado nos últimos 20 anos, de acordo com o Programa de Desenvolvimento da ONU.

Metade das instalações de saúde do Iémen foram fechadas ou destruídas e quatro milhões de iemenitas foram expulsos das suas casas.

A pandemia de covid-19, várias epidemias de cólera e a desnutrição severa de crianças causaram milhares de mortes adicionais.

A agência da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários advertiu que mais de 16 milhões de pessoas no Iémen vão passar fome este ano, sendo que cerca de meio milhão já vive em condições semelhantes às da fome.

O secretário-geral do Conselho de Refugiados da Noruega, Jan Egeland, que está a realizar uma visita de uma semana ao Iémen, alertou hoje que os grupos de ajuda estão "catastroficamente" subfinanciados e sobrecarregados.

"É ultrajante que as organizações de ajuda tenham de implorar e raspar o fundo da panela para fornecer um mínimo de comida para ajudar a manter os iemenitas vivos, quando os países que fazem a guerra e causam tanto sofrimento ainda estão dispostos a muito mais na luta", considerou.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, liderou a delegação do país na conferência, organizada numa altura em que a administração Biden tem reunido esforços para pôr fim ao conflito.

Países ricos, como os Estados Unidos, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, reduziram drasticamente a ajuda ao Iémen no ano passado devido às exigências da pandemia, a alegações de corrupção e também ao receio de que a ajuda possa não estar a chegar aos destinatários pretendidos nos territórios controlados pelos rebeldes.

De acordo com o presidente do Comité Internacional de Resgate, David Miliband, as agências humanitárias receberam, no ano passado, cerca de 1,5 mil milhões de euros - metade do que era necessário e metade do que foi dado no ano anterior -- para ajuda ao Iémen.

A conferência deste ano ocorre numa altura e se registam intensos combates na província central de Marib, rica em petróleo, onde os rebeldes Huthis renovaram, no mês passado, a ofensiva para reconquistar a região ao governo internacionalmente reconhecido.

O conflito desalojou do distrito de Sirwah mais de 10.500 pessoas em apenas três semanas, muitas das quais pela terceira vez ou mais desde o início da guerra, referiu a agência de migração da ONU.

Marib tem servido como uma espécie de refúgio para cerca de 1 milhão de iemenitas que fugiram das ofensivas Huthis desde o início da guerra.

A chefe do Governo da Noruega, Ine Eriksen Soereide, afirmou que seu país vai canalizar 200 milhões de coroas suecas (cerca de 19 milhões de euros), acrescentando estar "profundamente preocupada" com a situação.

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