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Hong Kong: Ativistas pró-democracia no banco dos réus por organizarem manifestação em 2019

Vários ativistas proeminentes da luta pró-democracia em Hong Kong compareceram hoje em tribunal, acusados de organizar uma das maiores manifestações de 2019, em protesto contra a lei da extradição.

Hong Kong: Ativistas pró-democracia no banco dos réus por organizarem manifestação em 2019
Notícias ao Minuto

06:43 - 16/02/21 por Lusa

Mundo Hong Kong

Entre os nove arguidos, encontram-se algumas das personalidades mais respeitadas na luta pelas liberdades na antiga colónia britânica, incluindo o advogado Martin Lee, de 82 anos, que há décadas foi escolhido por Pequim para redigir a Lei Básica, o texto que serve de mini-constituição na região semi-autónoma.

Também acusados estão a antiga deputada da oposição Margaret Ng, uma advogada de 73 anos, e o magnata dos media Jimmy Lai, que se encontra atualmente em prisão preventiva, por acusações separadas ao abrigo da draconiana lei da segurança nacional, que Pequim impôs ao território no final de junho de 2020.

Vários são figuras de destaque na Frente Civil pelos Direitos Humanos, a coligação que organizou as maiores manifestações em 2019, quando a cidade viveu a sua pior crise política desde a entrega em 1997, com ações e mobilizações quase diárias.

Quando os arguidos entraram no tribunal, vários ativistas fizeram a saudação com três dedos, um gesto que se tornou um símbolo da luta contra o autoritarismo na Ásia.

O grupo, que enfrenta até cinco anos de prisão, é acusado de organizar em 18 de agosto de 2019 a segunda maior manifestação em sete meses de protesto.

Os organizadores tinham estimado uma participação de 1,7 milhões de manifestantes, que representariam quase um quarto da população de Hong Kong, um número que não pôde ser verificado de forma independente.

A popularidade do movimento refletiu-se mais tarde nas urnas, com o triunfo da oposição nas eleições locais de novembro de 2019.

Nessa altura, os candidatos pró-democracia nas eleições para os conselhos distritais obtiveram um resultado esmagador face ao campo pró-Pequim, assinalando o apoio da população aos protestos: conquistaram 87% dos assentos do Conselho Distrital e venceram em 17 dos 18 conselhos distritais, todos anteriormente sob controlo das forças pró-governamentais.

No início de 2020, o movimento foi travado, em resultado de milhares de detenções e das restrições impostas por causa da pandemia.

Hong Kong viveu em 2019 a pior crise política desde a transferência da soberania do Reino Unido para a China em 1997, com sete meses de protestos em que milhares de pessoas saíram à rua para exigir reformas democráticas na antiga colónia britânica. Mais de nove mil pessoas foram detidas.

Em resposta, a China impôs, em 30 de junho de 2020, uma lei da segurança nacional ao território, punindo atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.

O Governo chinês criou o Gabinete de Salvaguarda da Segurança Nacional em Hong Kong, oito dias após a entrada em vigor da nova legislação, e a polícia passou também a ter poderes reforçados, para garantir o cumprimento da lei, criticada pela comunidade internacional e organizações de direitos humanos, por considerarem que põe em causa a autonomia do território.

Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado a partir de 1997 um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas".

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