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UNITA quer ouvir Governo devido a cobertura de Cafunfo nas TV's públicas

O Grupo Parlamentar da UNITA quer ouvir o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social e os responsáveis dos canais televisivos TPA e TV Zimbo, devido à cobertura noticiosa dada por estes meios relativamente aos incidentes de Cafunfo.

UNITA quer ouvir Governo devido a cobertura de Cafunfo nas TV's públicas
Notícias ao Minuto

10:35 - 12/02/21 por Lusa

Mundo Angola/Cafunfo

O pedido de audição foi entregue na quinta-feira no gabinete o Presidente da Assembleia Nacional, adianta a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) num comunicado.

Em causa está a garantia constitucional relativa à igualdade de tratamento pela imprensa e oposição democrática, que a UNITA entende ter sido violada pela televisão pública de Angola (TPA) e TV Zimbo, um canal do grupo Medianova, que pertencia aos generais "Dino" e "Kopelipa" e ao ex-vice-presidente Manuel Vicente e passou para as mãos do Estado angolano em julho de 2020.

"Entre outros factos, omitiram a posição da UNITA sobre o massacre de Cafunfo apresentada em comunicação do presidente Adalberto Costa Júnior e em conferências de imprensa do grupo parlamentar, além da visita dos deputados à vila mineira de Cafunfo, onde estiveram retidos por três dias sem uma referência nos órgãos em causa", critica o grupo parlamentar.

Outro facto apontado é o tratamento dos comunicados dos órgãos de cúpula dos dois partidos sobre o massacre de Cafunfo, tendo a TPA e a TV Zimbo lido na integra o do Bureau Político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) e omitido o do Comité Permanente da UNITA, principal partido da oposição angolana.

A vila mineira de Cafunfo foi palco de incidentes entre a polícia e populares no passado dia 30 de janeiro, de que resultaram um número indeterminado de mortos e feridos, estando sob um forte dispositivo das forças de segurança desde essa altura.

Nesse dia, segundo a polícia angolana, cerca de 300 pessoas ligadas ao Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), que há anos defende a autonomia daquela região, tentaram invadir uma esquadra policial, obrigando as forças de ordem a defender-se, provocando seis mortes.

A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local, que alegam ter sido uma tentativa de manifestação, previamente comunicada às autoridades, e que os manifestantes estavam desarmados.

Na passada terça-feira, deputados da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), da Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) e do Partido da Renovação Social (PRS), oposição angolana, anunciaram que os incidentes de Cafunfo resultaram em 23 mortos, 21 feridos e 10 pessoas desaparecidas, afirmando que as forças policiais "dispararam indiscriminadamente contra os cidadãos".

Na quarta-feira, a UNITA reviu estes números, ao divulgar um relatório dos cinco deputados que se deslocaram a Cafunfo, mas foram impedidos de entrar, referindo que pelo menos 28 pessoas morreram de forma "bárbara, hedionda e fria" e 18 ficaram feridas.

O Grupo Parlamentar da UNITA pede que as entidades em causa -- o ministro, Manuel Homem, e os gestores da TPA e TV Zimbo sejam ouvidos pelas 6ª e 10ª comissões de trabalho especializadas da Assembleia Nacional, que tratam de matérias ligadas à Comunicação Social e aos Direitos Humanos.

Leia Também: Cafunfo: Organização Mosaiko denuncia "ação intimidatória" da polícia

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