Presidente haitiano anuncia detenção de pessoas que o tentaram matar
O Presidente haitiano, Jovenel Moise, anunciou hoje a detenção de mais de 20 pessoas que acusa de o tentarem matar e derrubar o seu governo, incluindo um juiz apoiado por líderes da oposição que exigem a sua demissão.
© Reuters
Mundo Jovenel Moise
Acompanhado pelo primeiro-ministro do Haiti e pelo chefe da polícia local, Jovenel Moise falou aos jornalistas no aeroporto da capital, Port-au-Prince, antes da partida para a cerimónia de abertura do Carnaval, na cidade costeira de Jacmel, a ocorrer durante a pandemia de covid-19.
"Houve um atentado contra a minha vida", disse Moise, explicando que o alegado golpe teve início em 20 de novembro, mas sem fornecer mais detalhes sobre o mesmo, apenas dizendo que, entre as pessoas detidas, se encontram um juiz e um inspetor-geral da polícia, sem que as identidades fossem divulgadas.
O anúncio foi feito no dia em que líderes da oposição afirmaram que Jovenel Moise devia renunciar ao cargo, alegando que o seu mandato terminaria este domingo, apesar de opresidente frisar que o mandato de cinco anos termina apenas em fevereiro de 2022.
O mandato do ex-presidente Michel Martelly terminou em 2016, mas uma eleição caótica obrigou à nomeação de um presidente provisório durante um ano, tendo Moise tomado posse em 2017.
A oposição organizou protestos para exigir a demissão do Presidente e as ruas, habitualmente congestionadas, permaneceram vazias, enquanto os manifestantes queimaram pneus.
No entanto, Moise parece ter o apoio da administração do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, com o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, a dizer na sexta-feira que instaram o Haiti a realizar eleições livres e justas para que o parlamento possa retomar a atividade.
Ned Price acrescentou que um novo presidente eleito deve suceder a Jovenel Moise quando o seu mandato terminar, em fevereiro de 2022.
Moise está atualmente a governar por decreto, após dissolver a maioria do parlamento em janeiro de 2020, por nenhuma eleição legislativa ter sido realizada, planeando um referendo constitucional em abril que lhe pode conferir mais poder, com as eleições gerais marcadas para o final deste ano.
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