Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 23º

Líbia: Guterres insta parte envolvidas a aceitarem Governo de transição

O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, vincou hoje que a eleição de um Governo de transição na Líbia é um passo decisivo para acabar com o conflito no país, urgindo para o reconhecimento das autoridades eleitas.

Líbia: Guterres insta parte envolvidas a aceitarem Governo de transição
Notícias ao Minuto

23:07 - 05/02/21 por Lusa

Mundo Líbia

"A eleição que agora teve lugar mostra que a Líbia vai na direção adequada", considerou Guterres, em declarações aos jornalistas, poucas horas após o anúncio da eleição de um executivo de transição saído do Fórum de Diálogo Político Líbio, mediado pelas Nações Unidas, em Genebra (Suíça).

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) realçou o "êxito" destas negociações.

Questionado sobre a possibilidade de algumas forças envolvidas no conflito na Líbia, capitaneadas pelo Marechal Khalifa Haftar, recusarem a aceitação deste Governo, Guterres instou todas as partes a aceitarem o processo de paz nos termos acordados, garantindo que foi transparente.

"Peço a todos que reconheçam e aceitem estes resultados, e que trabalhem com as autoridades eleitas. É absolutamente essencial unificar a Líbia e avançar em direção à paz", insistiu o diplomata.

Abdul Hamid Mohamed Dbeibah foi hoje eleito primeiro-ministro do Governo de transição na Líbia pelos participantes no diálogo político inter-líbio que decorre na Suíça sob os auspícios da ONU, devendo assegurar o executivo até às eleições de dezembro.

Segundo a emissária interina das Nações Unidas para a Líbia, Stephanie Williams, que falava após a contagem dos votos transmitida em direto pela ONU, a lista vencedora obteve 39 dos 73 votos em disputa.

Mohammad Younes Menfi, integrado na lista do novo primeiro-ministro e um diplomata que conta com a sua base de apoio no leste da Líbia, foi eleito presidente do Conselho Presidencial.

Williams enfatizou que o Governo interino deve agora apoiar totalmente o cessar-fogo e manter a data das eleições nacionais, 24 de dezembro, lançando, paralelamente, "um processo abrangente de reconciliação nacional".

O processo eleitoral começou na terça-feira, um dia depois do início das conversações, com a apresentação de quatro listas, nenhuma das quais obteve o mínimo exigido de 60%, obrigando à disputa de uma segunda votação entre as duas mais votadas.

A eleição, que decorreu nos arredores de Genebra, na Suíça, constitui a última fase do processo para a seleção do primeiro-ministro e do Conselho Presidencial Transitório.

Este órgão será composto por três membros (um Presidente e dois vice-presidentes) representando a Tripolitânia (oeste), Cirenaica e o Fezzan (sul), as três regiões líbias.

Os 75 participantes no diálogo inter-líbio estão reunidos desde segunda-feira nos arredores de Genebra, num local mantido secreto pela ONU.

Num comunicado, a Missão da ONU na Líbia (Unsmil) especificou que as listas mais votadas eram compostas pelo presidente do parlamento em Tobruk, Aquilah Saleh, o líder militar do oeste, Osama Abdul Salam Juwaili, e o representante do sul Abdul Majeed Ghaith Seif Al-Nasar, com o ministro do Interior do Governo de Acordo Nacional (GNA) apoiado pela ONU, Fathi Bashagha, como primeiro-ministro.

A segunda lista inclui Mohammad Younes Menfi como Presidente do Conselho presidencial, Mossa Al-Koni e Abdullah Hussein Al-Lafi como vice-presidentes, e Abdul Hamid Mohammed Dbeibah como chefe do governo.

A votação decorreu no âmbito do Fórum de Diálogo Político Líbio (FDPL), um organismo 'ad hoc' criado em outubro pela Unsmil para impulsionar o processo de paz e terminar com a divisão, o caos generalizado e a guerra civil que assolam o país desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.

Leia Também: Líbia: Turquia saúda designação do executivo de transição

Recomendados para si

;
Campo obrigatório