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PAIGC denuncia pagamento indevido do Estado guineense a atuais dirigentes

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), na oposição na Guiné-Bissau, denunciou hoje que o governo está em processo de pagamentos indevidos a vários dirigentes no poder no país.

PAIGC denuncia pagamento indevido do Estado guineense a atuais dirigentes
Notícias ao Minuto

15:13 - 27/01/21 por Lusa

Mundo Guiné-Bissau

Em conferência de imprensa, Muniro Conté, membro do secretariado do partido que venceu as últimas eleições legislativas no país, mas que se encontra na oposição, afirmou que o Governo prepara-se para pagar ao empresário Braima Camará, coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) mais de 3 mil milhões de francos CFA (cerca de 4,5 milhões de euros).

O Madem G-15 é o segundo partido mais votado nas últimas eleições legislativas, mas atualmente faz parte do Governo que constituiu com outras forças políticas.

Na mesma ocasião, o advogado do partido Suleimane Cassamá precisou que "para já" o Governo pagou a Braima Camará cerca de 500 milhões de francos CFA (cerca de 763 mil euros) e que informações de que o PAIGC dispõe apontam que o resto será liquidado assim que houver disponibilidade no Tesouro Público, frisou.

Braima Camará é dono de um hotel e de um grupo comercial que opera essencialmente no setor do caju, principal produto agrícola e de exportação da Guiné-Bissau.

Muniro Conté denunciou ainda um alegado pagamento de 275 milhões de francos CFA (cerca de 419 mil euros) do Governo a Victor Mandinga, ministro demissionário da Economia e Integração Regional, na sua qualidade de dono de um grupo comercial.

Suleimane Cassamá denunciou ainda um alegado pagamento do Governo ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, de um valor de cerca de 600 milhões de francos CFA (cerca de 1 milhão de euros).

"É um escândalo. Estamos perante manobras de pagamentos entre pessoas que estiveram no mesmo grupo político", observou Suleimane Cassamá, que pede a intervenção do Procurador-Geral da República sob pena, disse, de o partido avançar com queixas-crime contra os beneficiários dos pagamentos.

Muniro Conté não tem dúvidas em afirmar que se trata de "troca de favores" entre pessoas que apoiaram o atual Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, nas últimas eleições presidenciais e, notou, agora estão a governar o país.

Os dois responsáveis do PAIGC salientaram que tiveram aquelas informações de forma oficiosa, mas que não deixam de ser preocupantes para o partido, atendendo às greves dos funcionários públicos que reclamam pagamentos de salários em atraso.

A Lusa está a tentar obter reações dos visados.

O partido criticou ainda a decisão do Governo em ter recrutado dois técnicos senegaleses para controlarem as receitas aduaneiras nos postos fronteiriços de Gabu, no leste, e São Domingos, no norte.

"Ouvimos com surpresa a nomeação para delegados das Alfândegas de Gabu e São Domingos de técnicos do Senegal para a coleta de impostos, mas será que já não existem quadros guineenses para ocuparem os dois postos das Alfandegas que mais receitas dão ao Tesouro Público", questionou Suleimane Cassamá.

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