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Moscovo retalia com sucesso de inquérito anticorrupção de Navalny

As autoridades russas avançaram hoje com novas medidas para tentar conter uma possível grande vaga de manifestações antigovernamentais em toda a Rússia no próximo sábado, alimentada pelo sucesso de um inquérito anticorrupção divulgado 'online' pelo opositor detido Alexei Navalny.

Moscovo retalia com sucesso de inquérito anticorrupção de Navalny
Notícias ao Minuto

13:30 - 21/01/21 por Lusa

Mundo Rússia

A Procuradoria-Geral da Rússia advertiu hoje que as ações de protesto que estão a ser convocadas para o próximo sábado, para exigir a libertação de Navalny (detido no passado domingo em Moscovo), são "ilegais" e que podem incorrer numa violação da lei.

As autoridades, segundo referiu a Procuradoria-Geral da Rússia num comunicado, "estão instruídas para a adoção de medidas preventivas, mas, existindo fundamentos, os infratores estarão sujeitos a sanções administrativas".

A Procuradoria-Geral russa indicou igualmente estar a preparar medidas para "limitar o acesso a informações ilegais" publicadas na Internet e que constituem "apelos para a participação em ações ilegais em massa em 23 de janeiro de 2021 [sábado]".

Na quarta-feira, a entidade russa Roskomnadzor (Serviço Federal de Supervisão de Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação de Massa) enviou, por sua vez, uma nota de advertência às plataformas 'online' Tik Tok e Vkontakte (a rede russa equivalente ao Facebook), instruindo-as para bloquear conteúdos classificados como apelos "a menores para participarem em atividades ilegais".

Na terça-feira, dois dias após a sua detenção na capital russa, o opositor russo Alexei Navalny publicou 'online' um inquérito que demonstra, na sua perspetiva, a corrupção de Vladimir Putin e do seu círculo para atribuir ao Presidente russo um verdadeiro "palácio", junto à costa do mar Negro.

A publicação destas informações foi acompanhada pela divulgação de um vídeo com quase duas horas e por um apelo aos russos para que se manifestem no próximo sábado contra o poder de Moscovo, renovando assim o convite de Navalny para a realização de protestos de rua.

O Kremlin (Presidência russa) rejeitou todas as denúncias do opositor.

Dois dias depois da divulgação, o vídeo já teve cerca de 40 milhões de visualizações no site YouTube, segundo as agências internacionais.

A equipa de Alexei Navalny afirmou, em declarações à agência France-Presse (AFP), ter recebido quase 10 milhões de rublos (cerca de 112.000 euros) em donativos desde que o inquérito foi divulgado.

O vídeo associado à investigação anticorrupção está a gerar milhares de publicações nas redes sociais a manifestar apoio às ações convocadas para sábado.

Os jovens estão particularmente mobilizados na popular plataforma Tik Tok, referiram ainda as agências internacionais.

A equipa do opositor russo está a prever que manifestações antigovernamentais ocorram em pelo menos 46 cidades da Rússia.

O líder da oposição regressou à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

A ordem de detenção concretizada no domingo foi avançada pelo Serviço Federal de Prisões da Rússia, que solicitou à justiça russa a ida de Alexei Navalny para a prisão para cumprir uma pena suspensa de 3,5 anos a que foi condenado em 2014, um juízo considerado "arbitrário" em 2017 pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

Em 20 de agosto de 2020, Navalny sentiu-se mal e desmaiou durante um voo doméstico na Rússia, e foi transportado dois dias depois em coma para a Alemanha para ser tratado.

Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas, demonstraram que esteve exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.

As autoridades russas têm rejeitado todas as acusações de envolvimento no envenenamento, denunciando uma conspiração anti-russa envolvendo o Ocidente.

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