Comey diz que Trump lembrava-o "constantemente um chefe da máfia"
O antigo diretor do FBI concorda com o processo de 'impeachment', mas considera que avançar com um processo judicial vai dar a atenção de que Trump deseja e fazer sombra aos esforços de Biden para unir o povo americano.
© Reuters
Mundo Donald Trump
James Comey tem sido um dos maiores críticos do presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump. Numa entrevista à Sky News, o antigo diretor do FBI abordou alguns dos acontecimentos mais recentes no país, incluindo a invasão do Capitólio e o processo de ‘impeachment’ contra o presidente cessante, e afirmou que Trump é a “definição no dicionário de um demagogo”.
Comey frisou que o objetivo de Trump “não é só mentir às pessoas mas destruir a noção de que a verdade existe”.
“Há uma ameaça nele num contexto privado que não se percebe publicamente. Mas eu senti-a, lembrava-me constantemente um chefe da máfia, porque eu conheci chefes da máfia e ajudei a colocá-los na prisão. Essa ameaça juntamente com aquela necessidade de afirmação é uma receita realmente perigosa”, sublinhou.
E é por essa “necessidade de afirmação” do presidente cessante, que Comey compara à de “crianças de dois e de três anos”, que o ex-diretor do FBI defende que um processo judicial contra o presidente vai alimentar mais anos do “Donald Trump show”.
James Comey salienta que um processo na justiça vai dar a Trump a atenção que ele deseja e pode fazer sombra aos esforços de Joe Biden para unir o povo americano.“Gostava que as luzes se apagassem, ele pode estar no relvado na entrada de Mar-a-Lago e gritar aos carros na sua casa de banho e nenhum de nós vai ouvi-lo”, referiu.
O antigo diretor do FBI concorda com o processo de ‘impeachment’ contra Trump e espera que ele seja considerado culpado pelo Senado e “impedido de voltar a ter um cargo público”.
Sobre a invasão do Capitólio por apoiantes de Donald Trump, alguns que pertencem a milícias e a grupos de supremacia branca, James Comey mostrou-se zangado pelo falhanço na proteção do Capitólio.“Vai ser importante para o nosso país perceber esse falhanço”, realçou, acrescentando que está preocupado com a potencial ameaça de “pessoas perturbadas e armadas” no dia da tomada de posse de Joe Biden, na próxima quarta-feira, dia 20 de janeiro.
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