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ONU manifesta-se preocupada com assassínios de ex-guerrilheiros das FARC

A missão da Organização das Nações Unidas na Colômbia alertou hoje que pelo menos 73 ex-combatentes do antigo movimento guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias foram assassinados no país no ano passado e manifestou-se preocupada pela sua desproteção.

ONU manifesta-se preocupada com assassínios de ex-guerrilheiros das FARC
Notícias ao Minuto

19:34 - 07/01/21 por Lusa

Mundo FARC

Estas vítimas elevam para 249 os ex-guerrilheiros assassinados desde a assinatura do acordo de paz em 2016 entre o governo de Bogotá e as FARC.

Perante este cenário, a ONU defendeu a aplicação de medidas mais efetivas para a sua proteção e uma resposta mais rápida aos alertas para riscos e ameaças.

"Dada a crescente vulnerabilidade dos ex-combatentes e das ex-combatentes fora dos antigos espaços territoriais de capacitação e incorporação, é fundamental fortalecer as medidas de proteção e segurança", assinalou a missão no seu último relatório sobre o Acordo de Paz, divulgado hoje.

As condições de segurança dos ex-guerrilheiros deterioraram-se nos últimos meses nas zonas fronteiriças dos Departamentos de Meta, Caquetá e Guaviare, onde dissidentes das FARC aproveitaram a escassa presença do Estado para atacar os ex-guerrilheiros, limitar os seus projetos económicos e sabotar as suas iniciativas políticas e sociais.

O documento da ONU é taxativo ao assinalar que a principal ameaça para a aplicação do acordado "continua a ser a persistência da violência contra os milhares de homens e mulheres que deixaram as armas voluntariamente e de boa fé e continuam comprometidos com a paz".

Além da violência que continua a vitimar as comunidades que sofreram o conflito armado durante décadas, bem como os líderes sociais e os defensores dos direitos humanos.

Para evitar os assassínios de mais ex-combatentes é preciso aumentar o número de efetivos da Unidade Nacional de Proteção, adiantou a ONU.

Esta Missão de Verificação apurou que as ameaças de grupos armados ilegais obrigam os ex-guerrilheiros a fugir dos espaços habilitados para a sua capacitação e reincorporação e que outros 191 tiveram de ser transferidos para outras zonas.

Segundo o documento, 25 das vítimas de homicídios foram assassinadas enquanto esperavam a resposta às solicitações de proteção apresentadas à Unidade Nacional de Proteção, ao passo que mais de mil pedidos continuam pendentes de avaliação.

"Conseguir o acesso equitativo das ex-combatentes a esquemas de segurança e proteção de continua a ser um desafio", avisou ainda a ONU.

Quatro anos depois do seu desarmamento, o maior desafio da reincorporação de mais de 13 mil ex-combatentes é o acesso à terra, que segundo a Missão de Verificação, é essencial para a sustentabilidade do processo, apesar dos esforços do governo e entidades do Estado para outorgar subsídios familiares de habitação e projetos de prédios rurais.

Para a ONU, é necessária uma maior "atenção institucional" aos ex-combatentes, uma vez que "a deterioração das condições de segurança continua a repercutir-se negativamente na reincorporação coletiva".

O gabinete da Alta Comissária da ONU para os direitos Humanos documentou em 2020 o assassínio de 53 líderes sociais, enquanto 74 outros casos continuam sob investigação, violência esta que desde a assinatura do Acordo de Paz já provocou o assassínio de 378 defensores dos direitos humanos.

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