Conselho de Segurança acorda retirada de tropas do Darfur no final do ano
O Conselho de Segurança das Nações Unidas acordou a retirada, em 31 de dezembro, da missão de paz conjunta da ONU e União Africana no Darfur, no Sudão, a Unamid.
© Reuters
Mundo Nações Unidas
O Conselho de Segurança adotou na terça-feira a resolução 2559, que colocou o fim à Unamid, uma missão que conta com cerca de 8.000 militares, polícias e civis na região ocidental do Sudão.
O texto, citado pela agência France-Presse (AFP), confia a responsabilidade pela manutenção da paz na região às autoridades de transição sudanesas.
O fim da missão de paz a 31 de dezembro foi exigido por Cartum, com apoio da Rússia, China e membros africanos do Conselho de Segurança, mas a data foi considerada prematura pelos membros ocidentais deste organismo da ONU, que exigiram um processo gradual e cauteloso em nome da proteção de civis.
Centenas de sudaneses deslocados por anos de conflito no Darfur manifestaram-se no início de dezembro contra a perspetiva de uma retirada antecipada desta missão de paz, considerando-a, também, prematura.
Depois da saída da missão, inicialmente estabelecida em 2007 e que chegou a contar com 16.000 soldados, a ONU permanecerá no Sudão através da Missão Integrada das Nações Unidas para a Assistência à Transição no Sudão (Minuats), que será estabelecida em Cartum e terá um escritório em Darfur.
De acordo com as Nações Unidas, o conflito em Darfur causou mais de 300.000 mortos desde 2003 e obrigou cerca de 2,5 milhões a abandonarem as suas casas.
O conflito de Darfur teve início em 2003, quando grupos étnicos africanos acusaram o Governo sudanês, então liderado por Omar al-Bashir, com forte influência árabe, de discriminação.
Nos últimos anos a violência diminuiu acentuadamente, com exceção para ocasionais confrontos locais.
Em outubro, o governo de transição do Sudão assinou um histórico acordo de paz com movimentos rebeldes de várias regiões, incluindo de Darfur.
O Governo sudanês já saudou o fim do mandato da Unamid, considerando-a um passo no seu regresso à comunidade internacional, após o fim do regime de Al-Bashir.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês afirmou, através de uma declaração, que este é "um passo importante no caminho de regresso do Sudão à comunidade internacional e na abordagem da sua relação com os organismos de trabalho multilaterais".
Essa decisão "não teria sido possível sem as realizações do governo revolucionário para estabelecer a paz e a segurança em Darfur", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros, referindo-se ao executivo de transição formado em 2019 após o derrube do antigo presidente sudanês, Omar al-Bashir, em abril desse ano, após meses de protestos nas ruas do Sudão.
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