"Violência por parte de funcionários, isolamentos, falta de higiene e odor a urina, uso de drogas não autorizadas", pode ler-se no comunicado de imprensa, no qual a Justiça búlgara confirma os maus-tratos denunciados pela organização pan-europeia com sede em Estrasburgo.
Em documento divulgado na terça-feira, o Comité de Prevenção de Tortura (CPT) deplorou a falta de progresso nas práticas desses estabelecimentos desde a sua última missão em 2005, ainda que se tenha notado uma ligeira melhoria nas condições materiais de vida.
Em alguns casos, os pacientes foram acorrentados às camas e espancados com bastões.
"Os funcionários eram verbalmente rudes" e "empurravam, esbofeteavam, esmurravam e chutavam" os residentes, salienta o Conselho da Europa.
A Bulgária já tinha sido acusada, em 2018, pela Associação Psiquiátrica Europeia (EPA), que estava particularmente preocupada com o isolamento e a falta de atividades dos residentes neste tipo de estruturas.
Desde então, o Governo iniciou uma estratégia de reforma que está a ser adota no Parlamento.
Este país da União Europeia encerrou em 2016, sob pressão de organizações de organizações não-governamentais (ONG) e da União Europeia, o último dos seus enormes centros para crianças incapacitadas abandonadas, estruturas herdadas dos tempos comunistas.
Porém, o problema persiste: várias ONG denunciam regularmente os graves maus-tratos nas novas estruturas, de escalas mais humanas, mas sem pessoal qualificado.