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Khamenei quer "neutralizar" sanções internacionais

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, exortou hoje à "neutralização" das sanções contra o seu país por considerar que a futura administração do Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, poderá não tomar essa decisão por iniciativa própria.

Khamenei quer "neutralizar" sanções internacionais
Notícias ao Minuto

14:57 - 24/11/20 por Lusa

Mundo Irão

"Se pudermos superar as sanções com esforço, a outra parte verá que as sanções são ineficazes e irá levantá-las gradualmente", sublinhou Khamenei numa reunião em Teerão os com dirigentes dos três poderes estatais.

O Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, impôs duras sanções ao Irão após retirar unilateralmente os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 firmado com o Irão, juntamente com cinco outras potências.

Apesar de Biden ter já admitido um eventual regresso ao acordo nuclear, os EUA e outros países europeus consideram necessário negociar sobre outros temas, incluindo o programa de mísseis balísticos iranianos, um processo que poderá prolongar-se no tempo.

"A situação nos EUA não está clara e os europeus opõem-se constantemente ao Irão", assinalou o líder supremo, advertindo que, no atual momento, a futura administração Biden "não pode tomar posição em assuntos internacionais e não se pode contar com a sua palavra".

Numa referência aos países europeus do designado E3 (Reino Unido, França e Alemanha, signatários do acordo nuclear, para além da China e Rússia), Khamenei criticou as suas recentes exigências ao Irão e aconselhou-os a "corrigirem" os seus próprios erros.

"Enquanto eles próprios interferem de modo incorreto em assuntos da região, dizem-nos para não interferirmos; e quando o Reino Unido e a França têm mísseis nucleares destrutivos e a Alemanha está nesse caminho, dizem-nos para não termos mísseis", argumentou.

Na segunda-feira, o Governo alemão denunciou as "sistemáticas violações" do acordo nuclear pelo Irão (o Plano de Ação Conjunto Global, JCPOA, assinado em 14 de julho de 2015) e insistiu que fosse cumprido para fornecer "perspetivas" a este pacto.

O JCPOA encontra-se muito debilitado desde a saída unilateral dos EUA e a reimposição por Washington de fortes sanções.

Um ano depois, em maio de 2019, o Irão respondeu ao afirmar que deixaria de cumprir os seus compromissos do acordo, incluindo os limites de enriquecimento e armazenamento de urânio.

O acordo de 2015 estabelece limites ao programa nuclear iraniano para evitar que Teerão construa a bomba atómica, em troca do levantamento das sanções internacionais dirigidas ao país do Médio Oriente.

Ao pronunciar-se sobre estas medidas, Khamenei recordou hoje que já foi aprovado por uma vez "o caminho do levantamento das sanções e com negociações durante vários anos, mas sem resultados".

Nesse sentido, apelou para "neutralizar e superar as sanções", e assegurou que "este caminho pode encontrar no início dificuldades e problemas, mas terá um final feliz".

As sanções provocaram o afundamento da economia iraniana, que em 2019 se contraiu 9,5%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), e originaram uma inflação superior da 30%, em parte devido à desvalorização da moeda nacional.

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