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Guterres saúda conquistas climáticas mas encoraja reforço de compromissos

O secretário-geral da ONU saudou hoje as "conquistas climáticas da União Europeia", "um dos líderes na ação climática", lembrando, porém, que a "meta" ainda está longe e que o bloco comunitário deve reforçar e acelerar os compromissos assumidos.

Guterres saúda conquistas climáticas mas encoraja reforço de compromissos
Notícias ao Minuto

15:15 - 19/11/20 por Lusa

Mundo Guterres

António Guterres falava no Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), que hoje decorre por videoconferência, numa intervenção focada na crise climática e na necessidade de reforçar a ação climática.

"A UE tem sido um dos líderes na ação climática. Tem liderado através de legislação e de políticas pioneiras, como o mercado de carbono da UE", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mencionando que o bloco comunitário também tem liderado "ao mostrar que é possível reduzir as emissões e simultaneamente promover o crescimento económico" e ao "construir solidariedade para com os países mais vulneráveis de todo o mundo".

Ao dirigir-se aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros, Guterres enumerou igualmente, entre outras "respostas encorajadoras", que a UE, juntamente com 110 outros países, comprometeu-se com a neutralidade carbónica até 2050, passo que, segundo o representante, a China afirmar dar até 2060.

"Aplaudimos as conquistas climáticas da UE, mas estamos ainda longe da meta", advertiu Guterres.

De acordo com o secretário-geral da ONU, no início de 2021, os países que representam mais de 65% das emissões globais de dióxido de carbono, e mais de 70% da economia mundial, terão assumido compromissos ambiciosos para a neutralidade carbónica.

"Mas continuamos atrasados na corrida contra o tempo", alertou novamente Guterres, defendendo que "todos os países, cidades, instituições financeiras e empresas" devem adotar planos de transição para zero emissões líquidas até 2050.

Para Guterres, é necessário que esses planos sejam conhecidos, nomeadamente as contribuições nacionalmente determinadas exigidas pelo Acordo climático de Paris, antes da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26).

A COP26, que pretendia relançar o Acordo de Paris (após o anúncio da retirada norte-americana), estava prevista para este ano em Glasgow (Escócia, Reino Unido), mas por causa da pandemia da doença covid-19, e à semelhança de outras reuniões internacionais, foi adiada e está prevista para novembro de 2021.

Apelando à UE para continuar "a liderar com compromissos concretos e ambiciosos de curto prazo", Guterres exortou o bloco comunitário, que lidera a neutralidade carbónica no G20 (grupo que reúne as 20 principais economias mundiais), a comprometer-se "a reduzir as emissões, pelo menos em 55% até 2030" na sua nova contribuição nacionalmente determinada.

"A Cimeira para a Ambição Climática [prevista para 12 de dezembro] que estou a copresidir com o Reino Unido e a França, durante o quinto aniversário do Acordo de Paris, representa uma clara oportunidade para a UE apresentar um plano mais ambicioso", disse o representante da ONU, reforçando que os compromissos assumidos pelo bloco dos 27 "podem constituir um poderoso exemplo para o resto do mundo".

E prosseguiu: "Ao implementar plenamente o 'Green Deal' [Pacto Ecológico Europeu] e o 'Next Generation EU', e ao integrar as alterações climáticas no seu orçamento de longo prazo, a UE pode mostrar ao mundo como avançar para a neutralidade e a resiliência climática, garantindo prosperidade e uma transição justa".

António Guterres apelou ainda, entre outros aspetos, para a UE parar de financiar os combustíveis fósseis a nível internacional, para acelerar a transição para energias limpas e para assegurar que os países em desenvolvimento tenham o apoio necessário para recuperarem "de forma sustentável da covid-19 e para aumentarem a sua própria ambição climática".

Assinado em dezembro de 2015 durante a conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP21) na capital francesa, o objetivo principal do Acordo de Paris é limitar o aumento da temperatura média mundial "bem abaixo" dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e em envidar esforços para limitar o aumento a 1,5ºC.

O alcance de tal meta está assente, entre outros princípios, na aplicação de medidas que limitem ou reduzam a emissão global de gases com efeito de estufa.

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