Argelinos evitam maciçamente as urnas para reforma constitucional

Os argelinos rejeitaram hoje a ida às urnas para um referendo a uma revisão constitucional que, supostamente, fundaria uma "nova República", numa altura em que o Presidente Abdelmadjud Tebboune se encontra hospitalizado no estrangeiro.

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Lusa
01/11/2020 20:48 ‧ 01/11/2020 por Lusa

Mundo

Argélia

As 61.000 assembleias de voto fecharam às 19:00 (18:00 em Lisboa) e, tudo indica, que a noite é de um recorde na abstenção e um reverso doloroso para o regime.

A taxa de participação -- a única questão real no escrutínio boicotado pela oposição -- foi de 18,44% às 17:00, de acordo com o presidente da Autoridade Nacional Independente das Eleições (ANIE), Mohamed Charfi.

Nas eleições presidenciais de dezembro de 2019, foi de 39,93%, a taxa mais baixa de todas as eleições presidenciais pluralistas da história da Argélia, tornando Tebboune um presidente mal eleito e, por isso, à procura de legitimidade.

Segundo constatou a agência France-Presse, a contagem em duas mesas de voto revelou uma baixa participação, somente de 11,5% a 12,5%.

Porém, há poucas dúvidas sobre a vitória do "sim", pois a campanha eleitoral, que deixou a população em grande parte indiferente, foi singular.

Os opositores não foram autorizados a realizar manifestações públicas. Os apoiantes do Hirak, um movimento inédito e pacífico contra o regime, defenderam um boicote enquanto os islâmicos pediam um voto no "não".

Segundo a agência noticiosa francesa, em Argel, os eleitores foram escassos.

"Votei 'sim' para os meus filhos e netos. Cumpri o meu dever durante a guerra para libertar o meu país e estou a fazer isto agora pela estabilidade", disse Mohamed Miloud Laaroussi, de 86 anos, o último a votar no Centro Pasteur, no coração da capital argelina.

Devido à pandemia de covid-19, o acesso às salas de voto foi limitado a duas ou três pessoas de cada vez e ao uso obrigatório de máscara.

A data do referendo foi escolhida para 01 de novembro por ser o aniversário do início da Guerra da Independência contra o poder colonial francês (1954-1962).

Ausente do escrutínio, Tebboune, de 74 anos, está hospitalizado desde quarta-feira na Alemanha para "exames profundos" após o anúncio de casos suspeitos do novo coronavírus na sua comitiva. Segundo a presidência, está "estável e não é preocupante".

A mulher de Tebboune votou por ele por procuração, numa escola em Argel.

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