"Eu fiz duas comissões de combate no Iraque e fiquei ferido numa perna. Gosto de (Donald Trump) e ele até vai tirar as nossas forças do Médio Oriente e do Afeganistão. Isso é bom porque não estamos a fazer nada nesses países do Terceiro Mundo, onde nem sequer recolha de lixo existe", diz à Lusa David Thron, veterano da invasão norte-americana contra o regime de Saddam Hussein em 2003.

A pouco mais de uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos, que no dia 03 de novembro opõem o Presidente e candidato republicano Donald Trump ao democrata Joe Biden, Thorn passa a tarde com o pai, carpinteiro, numa casa em Upper Elkton Road.

A casa é guardada por um cão chamado "Rocket" em homenagem ao foguetão da NASA instalado como monumento nacional na única via de acesso à pequena povoação do sul dos Estados Unidos.

"Agora vem este Biden e diz que nos vai fechar a todos por causa dessa coisa da gripe (covid-19) mas nós não gostamos nada que nos mandem ficar fechados em casa. Eu não gosto disso, sou um homem livre", diz o veterano do conflito iraquiano.

Nos mapas das estradas são inúmeras as indicações sobre a localização dos vários cemitérios onde repousam soldados que combateram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945); Coreia (1950-1953), Vietname (1955-1975) e mais recentemente no Iraque e no Afeganistão. 

A retirada das tropas do Afeganistão até à primavera de 2021 é igualmente bem acolhida Daniel Goone, veterano do Vietname entre 1972 e 1974 e que serviu como oficial de transmissões militares na fronteira entre a Tailândia e a Zona Desmilitarizada (DMZ) que divida os territórios do norte e do sul da antiga Indochina.

"O Vietname foi duro, mas o meu filho mais velho também combateu numa zona difícil no Afeganistão. Voltou com stress pós-traumático. Agora tem uma mulher que toma bem conta dele e isso é muito importante", diz o veterano da guerra do Vietname.

Goone, 75 anos diz que as "pessoas são boas em todo o lado", mas vê um problema nos políticos.

"Quando regressei do Vietname vim muito revoltado contra os políticos e o governo (Richard Nixon) na altura. Já votei em Donald Trump porque quer trazer os rapazes para casa e há muitos do Alabama no Afeganistão", explica.

De acordo com as últimas sondagens publicadas na capital do estado, Birmingham, Donald Trump consegue 56,7% dos votos e Joe Biden 38,4% das intenções de voto. 

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