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Sissoco Embaló diz que guineenses vão passar a sentir presença da CPLP

O Presidente da República da Guiné-Bissau assumiu-se hoje, em Lisboa, "um homem lusófono", assegurando que durante o seu mandato vai sentir-se a presença da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na Guiné-Bissau.

Sissoco Embaló diz que guineenses vão passar a sentir presença da CPLP
Notícias ao Minuto

15:10 - 09/10/20 por Lusa

Mundo CPLP

a casa de todos nós. A Guiné-Bissau é um país membro fundador da CPLP e posso garantir-vos que as pessoas na Guiné-Bissau vão sentir a presença dessa que é a nossa comunidade", disse Umaro Sissoco Embaló.

O chefe de Estado guineense falava hoje, na sede da organização, em Lisboa, após ter sido recebido em sessão solene pelo secretário-executivo, Francisco Ribeiro Telles, e pelos representantes permanentes dos nove Estados-membros da organização.

Numa breve declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, Sissoco Embaló não indicou quaisquer detalhes de como pretende alcançar esse objetivo.

"Dantes falava-se muito na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), CEDEAO, CEDEAO... e ninguém falava na CPLP, mas, enquanto homem lusófono, as pessoas vão passar a ouvir mais CPLP", acrescentou.

O chefe de Estado guineense sublinhou que a CPLP é "a organização-mãe".

"Sem esquecer que fazemos parte das duas organizações, esta é a organização-mãe. A nossa língua é o português", disse.

Umaro Sissoco Embaló foi recebido à entrada para a CPLP por cerca de uma dezena e meia de ativistas guineenses ao som de vuvuzelas e gritos de "bandido" e "golpista" e exibindo cartazes com mensagens de condenação pela forma como o Presidente guineense assumiu o poder.

"Assim se paga a lavagem do dinheiro sujo do Kadhafi", "Regime do crime, fora!" e "Quem adormece em democracia acorda em findi kadera [espancado, torturado)", numa alusão a alegadas perseguições de que têm sido alvo ativistas críticos do novo poder de Bissau, foram algumas das mensagens transmitidas pelos manifestantes.

"Viemos manifestar a nossa posição contra a visita do golpista e autoproclamado Presidente da República que assumiu o poder pela força. Ter sido recebido na CPLP representa uma expressão da fraqueza da própria organização, que não soube marcar a presença na defesa dos valores democráticos", na Guiné-Bissau, disse à agência Lusa Sana Condé, presidente do Movimento Cidadãos Conscientes e Inconformados.

Os jovens guineenses condenaram ainda a posição de Portugal que entendem estar, com esta visita, a ajudar a legitimar o que consideram um "golpe de Estado".

"Portugal tem de defender os valores da democracia que instalou no seu próprio país. Aquilo que quer para o seu país tem de querer para o povo da Guiné-Bissau", acrescentou.

À saída da sede da CPLP, aos gritos de protesto e contestação juntaram-se os batuques e as vivas de alguns apoiantes do Presidente da República guineense.

Umaro Sissoco Embaló cumpre hoje o segundo dia do programa oficial da visita a Portugal, a primeira a um país europeu, depois de na quinta-feira se ter encontrado com primeiro-ministro, António Costa, e de ter sido recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Ao início da manhã de hoje, manteve um encontro com investidores portugueses, tendo adiantando sobre a reunião que "a Guiné-Bissau passará a ser a porta de entrada de Portugal junto dos países da CEDEAO", sem especificar.

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