Líbano: Ex-PM Hariri anuncia que é candidato a liderar novo Governo
O antigo primeiro-ministro libanês Saad Hariri anunciou na quinta-feira que é candidato a liderar um novo Governo, que terá a missão de parar o colapso económico que o país enfrenta, agravado pela explosão no porto de Beirute.
© Reuters
Mundo Líbano
"Sou claramente um candidato" à formação de um novo Governo, disse Saad Hariri, numa entrevista à estação de televisão libanesa MTV, acrescentando que não fechará "a porta à única esperança que resta para a recuperação do Líbano".
O Líbano vive há cerca de um ano a sua pior crise económica, social e política desde o fim da guerra civil (1975/90), agravada pela pandemia de covid-19, e ainda não recuperou da explosão que, em 04 de agosto, destruiu o porto de Beirute e arrasou bairros inteiros, provocando 202 mortos e 6.500 feridos e deixando mais de 300.000 pessoas sem casa.
Na entrevista, o antigo primeiro-ministro libanês disse estar pronto para discutir com as várias formações políticas já a partir da próxima semana, "se todos ainda estiverem de acordo com o programa" discutido com o Presidente francês, Emmanuel Mácron, que anunciou no início de setembro ajuda internacional para o Líbano.
"Todos podem criar problemas ao formar Governo, mas se os partidos quiserem realmente impedir o colapso e reconstruir Beirute, devem seguir a iniciativa francesa", acrescentou Hariri.
Na quarta-feira, o Presidente libanês, Michel Aoun, fixou para dia 15 as consultas parlamentares para designar um novo primeiro-ministro, após uma primeira tentativa fracassada no final de setembro para formar um executivo de "independentes".
Após semanas de negociações, o primeiro-ministro interino libanês, Moustapha Adib, nomeado em fins de agosto para o cargo com o objetivo de formar um Governo de "missão", reclamado pela população e sobretudo pela França, apresentou a demissão por falta de consenso entre os diferentes partidos políticos.
Adib deveria formar um gabinete responsável por colocar em prática as reformas essenciais para desbloquear, no prazo de duas semanas, a ajuda internacional anunciada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a visita feita ao Líbano no início de setembro.
O atraso registado, num país multiconfessional habituado a intermináveis negócios pouco claros entre os partidos no poder, acusados de corrupção pela população, suscitou a ira do Presidente francês, que criticou a "traição coletiva" dos políticos libaneses num discurso proferido após a demissão de Adib.
Macron, porém, admitiu a necessidade de estender o prazo por "quatro a seis semanas" para que o Líbano forme um Governo, com a ameaça de que se trata da "última oportunidade" para que as autoridades libanesas possam receber a ajuda financeira internacional.
Adib sucedeu a Hassan Diab, que apresentou a demissão na sequência da explosão no porto de Beirute.
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