Navalny: Moscovo fustiga declarações "inaceitáveis" de Paris e Berlim
A diplomacia russa fustigou hoje as acusações "inaceitáveis" de Paris e Berlim que denunciaram um "envolvimento e uma responsabilidade" da Rússia no envenenamento do opositor Alexei Navalny e ameaçaram Moscovo com sanções.
© Reuters
Mundo Alexei Navalny
"Em vez de cooperarem de forma legítima com a Federação da Rússia para esclarecer as circunstâncias sobre o que se passou com este 'blogger', os governos alemão e francês optaram por nos dirigir ameaças e tentativas de chantagem", declarou em comunicado a diplomacia russa.
Os ministros alemão e francês dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas e Jean-Yves Le Drian, denunciaram em comunicado comum uma "terrível tentativa de assassínio" de Alexei Navalny, um crítico do Kremlin e 'blogger' anticorrupção, e asseguraram não encontrar "outra explicação plausível" sobre o seu envenenamento "que uma responsabilidade e envolvimento russo".
Uma "declaração inaceitável pelo seu conteúdo e a sua tonalidade", reagiu a diplomacia russa no comunicado, acusando Paris e Berlim de se colocarem desta forma "à cabeça de uma coligação antirrussa" que segundo Moscovo está em vias de se formar no interior da União Europeia.
"Consideramos que deixa de ser possível o 'business como era hábito' com Paris e Berlim", preveniu.
Navalny, 44 anos, que adoeceu a bordo de um avião na Sibéria em 20 de agosto e após receber tratamento durante alguns dias num hospital siberiano foi transferido para um hospital de Berlim e prossegue a convalescença na capital alemã.
Segundo três laboratórios europeus, cujas conclusões foram confirmadas pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW). Alexei Navalny foi envenenado por um agente neurotóxico do grupo Novitchok, uma substância concebida por especialistas soviéticos e com fins militares.
O opositor russo acusou diretamente o Presidente russo Vladimir Putin de ter fomentado o seu envenenamento, uma observação que Moscovo considerou "inaceitável".
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