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Bolsonaro diz que se imprensa criticou discurso na ONU é porque "foi bom"

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou na terça-feira que se a imprensa está a criticar o seu discurso na abertura da 75.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) é porque "foi bom".

Bolsonaro diz que se imprensa criticou discurso na ONU é porque "foi bom"
Notícias ao Minuto

01:43 - 23/09/20 por Lusa

Mundo Bolsonaro

"Se a 'mídia' [imprensa] está a criticar, é porque o discurso foi bom", disse o chefe de Estado, citado pelo jornal Folha de S.Paulo, a um apoiante que tentou estabelecer uma relação entre os discursos de Bolsonaro e o do seu homólogo norte-americano, Donald Trump.

No seu polémico discurso na ONU, o Presidente do Brasil disse que foi arrojado e implementou medidas para impedir que a pandemia de covid-19 causasse um mal maior à economia do seu país.

Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia, também aproveitou para atacar empresas de comunicação social e jornalistas por problemas ocorridos durante a pandemia, ao dizer que uma "parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população", considerando que "sob o lema 'fique em casa' e 'a economia a gente vê depois' quase trouxeram o caos social ao país".

Outro dos polémicos temas abordados pelo Presidente foi a Amazónia, afirmando que o Brasil é vítima de uma "campanha brutal de desinformação".

"O agronegócio [do Brasil] continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta. Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazónia e o Pantanal", declarou Bolsonaro.

Bolsonaro responsabilizou ainda os indígenas pelos incêndios que lavram na Amazónia.

"Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo [descendentes de indígenas e brancos] e o índio queimam os seus roçados [terrenos] em busca de sua sobrevivência, em áreas já desflorestadas", disse.

Contudo, essas declarações do Presidente foram consideradas "delirantes" e "constrangedoras" por organizações de defesa da preservação ambiental.

No total, a agência de verificação Lupa classificou quatro declarações de Bolsonaro na ONU como falsas, cinco como exageradas, duas como insustentáveis (não há dados públicos que comprovem a informação) e duas como verdadeiras.

No seu discurso, na 75.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, Bolsonaro elogiou ainda Donald Trump, por intermediar acordos de paz entre países do Médio Oriente.

"O Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelo-palestino", disse Bolsonaro, um confesso administrador do seu homólogo norte-americano.

As relações entre o Brasil e os Estados Unidos (EUA) têm-se intensificado desde que Bolsonaro chegou ao poder, em janeiro de 2019.

Na segunda-feira, Jair Bolsonaro anunciou que o Brasil vai receber uma quota adicional para exportar, com imposto reduzido, 80 mil toneladas de açúcar para os Estados Unidos.

"A quota para o açúcar brasileiro nos EUA passa de 230 para 310 mil toneladas e, por lei, beneficiará exclusivamente os produtores do Nordeste", escreveu Bolsonaro, nas suas redes sociais, num acordo que não é inédito, mas que faz parte das negociações abertas no início do mês entre os dois países.

A aproximação do Brasil aos EUA deverá ser fortalecida com aprovação nesta terça-feira, pelo Senado, do diplomata Nestor Forster como novo embaixador brasileiro em Washington.

Na sua audição no Senado brasileiro, Forster disse haver perspetiva para o aumento na cooperação com os EUA nas áreas militar e de defesa, e indicou que as duas nações têm "interesses comuns" na Amazónia.

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