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UE denuncia desinformação de Moscovo sobre Bielorrússia e Navalny

O Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE) denunciou hoje a propagação de notícias falsas por parte de Moscovo sobre os protestos contra as eleições presidenciais na Bielorrússia e o envenenamento do opositor russo Alexei Navalny.

UE denuncia desinformação de Moscovo sobre Bielorrússia e Navalny
Notícias ao Minuto

14:46 - 27/08/20 por Lusa

Mundo Fake news

Em causa está um relatório hoje divulgado do grupo de trabalho do Serviço Europeu de Ação Externa da UE contra as 'fake news' propagadas na última semana pelos meios de comunicação pró-Kremlin, que dá conta que a onda de protestos na Bielorrússia está a ser retratada como uma "operação de influência estrangeira", com "milhares de militantes estrangeiros a instigar à agitação política sob instruções dos seus mentores ocidentais".

Sem nunca indicar que estes protestos são uma expressão de descontentamento público contra os resultados das eleições presidenciais, que deram uma vitória com 80% dos votos a Alexander Lukashenko, os meios pró-Kremlin, incluindo a agência estatal russa, aproveitam também a crise social e política na Bielorrússia para atacar a Polónia, a Ucrânia e os países bálticos.

Num total de 100 casos de desinformação registados esta semana pelo grupo de trabalho EUvsDisinfo, em 10 estes meios acusavam "a Lituânia de instigar a agitação na vizinha Bielorrússia", enquanto a Ucrânia era visada em 20 casos e a Polónia em 15.

"E isto é apenas uma ponta de um icebergue", ressalva o grupo.

Entre as teorias da conspiração propagadas pelos meios ligados ao regime estão então que os protestos na Bielorrússia estão a ser "orquestrados pelo ocidente", que "os manifestantes são pagos", que "os serviços secretos norte-americanos e outros estão por detrás" das manifestações e ainda que "há fascistas envolvidos".

No caso do envenenamento do opositor russo Alexei Navalny, a comunicação social ligada ao Kremlin tem vindo a propagar que "o ocidente quer vê-lo morto a fim de introduzir novas sanções contra a Rússia", de acordo com o relatório do grupo de trabalho criado em 2015 para combater a desinformação russa.

"A base de dados mostra-nos vários exemplos de lógica semelhante utilizada no MH17, o caso Skripal e o ataque de 2001 ao World Trade Center em Nova Iorque", precisa o EUvsDisinfo.

No caso do opositor russo, este grupo de trabalho assinala ainda que "o Kremlin já definiu que Alexei Navalny só bebeu demasiado café".

"Talvez, tal como o falecido Alexander Litvinenko bebeu demasiado 'chá'", compara ainda.

O EUvsDisinfo lamenta, ainda, que "os meios de comunicação pró-Kremlin estejam a ser consumidos pelo medo de pessoas livres e independentes", que acabam por ser reduzidas "peões involuntários jogados por poderosos marionetistas".

"Os casos desta semana sugerem que a UE faz parte deste processo de absorção de governos, e encara os protestos como uma oportunidade para expandir a sua esfera de influência", critica ainda o Serviço de Ação Externa no relatório.

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