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Trudeau remodela governo com 'braço direito' para as Finanças

O chefe do Governo canadiano, Justin Trudeau, foi forçado a fazer uma ligeira remodelação do seu executivo, transferindo o seu fiel 'braço direito', Chrystia Freeland, para as Finanças, depois de uma demissão provocada por um escândalo ético.

Trudeau remodela governo com 'braço direito' para as Finanças
Notícias ao Minuto

22:50 - 18/08/20 por Lusa

Mundo Canadá

Freeland torna-se na primeira mulher na história do Canadá a ocupar o posto da ministra das Finanças, quando o país atravessa a sua pior crise económica desde a Segunda Guerra Mundial devido à pandemia do novo coronavírus.

Chrystia Freeland tomou hoje posse durante uma cerimónia oficial em Otava, na presença de Trudeau e da governadora geral Julie Payette, representante da rainha Isabel no Canadá, todos mascarados.

Antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, que tinha dirigido a renegociação do acordo de comércio livre do Canadá com os EUA e o México, Chrystia Freeland, de 52 anos, tinha sido promovida a vice-primeira-ministra depois da vitória eleitoral dos liberais de Trudeau, em outubro. Ela é considerada a sua ministra mais próxima e uma candidata potencial à sua sucessão na direção do Partido Liberal.

Chrystia Freeland conserva o posto de vice-primeira-ministra e cede o Ministério dos Assuntos Intergovernamentais a Dominic Leblanc, presidente do Conselho Privado da Rainha para o Canadá.

A remodelação limitada segue-se à demissão surpreendente na noite de segunda-feira de Bill Morneau, ministro das Finanças desde 2015.

Este explicou que saía por decisão própria, para permitir ao seu sucessor dirigir o relançamento económico do país, e dedicar-se à sua candidatura a secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Desde há uma semana que vários meios canadianos aludiam a profundas divergências entre Morneau e primeiro-ministro sobre a forma de relançar a economia, enfraquecida pela pandemia, sem colocar em perigo as finanças públicas, quando o défice orçamental atinge mais de 340 mil milhões de dólares (216 mil milhões de euros).

O ex-ministro das Finanças é, por outro lado, visado por um inquérito do comissário canadiano da Ética sobre as suas relações com a associação caritativa We Charity - que empregava a sua filha -, à qual o Governo tinha atribuído um importante contrato sem concurso.

Esta investigação também inclui o primeiro-ministro, cuja mãe, o irmão e a mulher foram remunerados por esta associação, por um total de 300 mil dólares pela sua participação em diversos acontecimentos.

À semelhança de Trudeau, Morneau apresentou as suas desculpas por ter participado nas discussões sobre a atribuição do contrato governamental à associação. O contrato foi-lhe depois retirado, mas sem acabar com a polémica que fez recuar o Governo de Justin Trudeau nas sondagens.

Morneau desmentiu que a sua saída esteja ligada a este escândalo, mas a oposição imediatamente lançou suspeitas sobre Justin Trudeau de ter feito do seu ex-ministro um bode expiatório, sacrificado na esperança de fazer desaparecer o escândalo We Charity.

"Todos nós sabemos que foi este escândalo que fez cair Morneau", reagiu o porta-voz do Partido Conservador, Pierre Poilièvre. "Com efeito, temos agora um governo corrompido, dissimulador e em pleno caos, no meio de uma pandemia mortal e da pior contração económica desde a Grande Depressão", desenvolveu.

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