Israel liberta 19 dias depois coordenador do boicote na Cisjordânia
As autoridades israelitas libertaram hoje, após 19 dias de detenção, Mahmoud Nawajaa, coordenador na Cisjordânia do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel,
© Getty Images
Mundo Israel
"[Nawajaa] foi libertado por um tribunal militar israelita após 19 dias de detenção ilegal, sem acusações", anunciou o movimento BDS num comunicado, em que precisou que, desde a detenção, o diretor dos Serviços de Segurança Interna de Israel, Shin Bet, "não apresentou acusações formais".
"Não vamos ceder porque não podem castigar uma ideia ou deter a nossa estratégia", declarou o ativista cisjordano após ser libertado, tendo repetido que Israel está a realizar uma "guerra de repressão contra o [movimento] BDS", criado enquanto se mantiver a ocupação de territórios palestinianos.
A detenção de Nawajaa gerou uma campanha em que se uniram vários grupos de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional (AI), que, há 10 dias, exigiu a Israel a libertação "imediata" do ativista, considerando-o um "prisioneiro de consciência".
"[Nawajaa] foi detido apenas por exercer o seu direito à liberdade de expressão e de associação", tendo-lhe sido "negado o acesso a um advogado e o contacto com a família", disse, então, a organização internacional de defesa e promoção dos direitos humanos.
A 11 deste mês, ativistas palestinianos saíram às ruas de Ramallah, na Cisjordânia, para exigir à União Europeia (UE) que interceda junto de Israel a libertação de Nawajaa, 34 anos.
Nawajaa foi detido a 30 de julho na sua residência em Ramallah pelo exército israelita e foi, depois, transferido para uma prisão em Israel, onde não pode ter contacto com os seus advogados.
A campanha BDS apela ao boicote económico, cultural ou científico de Israel, tendo como pano de fundo o fim da ocupação e da colonização dos territórios palestinianos.
Os membros da campanha apoiam-se no exemplo da África do Sul, defendendo que o boicote ao país permitiu pôr fim ao sistema de segregação racial ('apartheid') sul-africano.
Israel, por seu lado, acusa os membros da Campanha BDS, iniciada em 2014, de "antissemitismo" e de pôr em causa a própria existência de Israel, o que é negado pelo movimento.
Desde 2017 que Israel proíbe a entrada no país a estrangeiros acusados de apoiar a campanha.
Em novembro de 2019, o representante da Human Rights Watch (HRW), Omar Shakir, que nega ter qualquer ligação à campanha, foi a primeira pessoa a ser expulsa de Israel em virtude dessa proibição.
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