Escritora zimbabueana detida em manifestação libertada sob fiança

A escritora zimbabueana Tsitsi Dangarembga foi hoje libertada sob fiança, um dia depois de ter sido detida na capital do país, Harare, durante uma manifestação contra a corrupção, noticia a agência France-Presse.

algemas, detido NÃO USAR

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Lusa
01/08/2020 17:34 ‧ 01/08/2020 por Lusa

Mundo

Tsitsi Dangarembga

 

Tsitsi Dangarembga, 61 anos e acusada de incitação à violência e violação das medidas restritivas tomadas para combater a pandemia da covid-19 -- entre as quais a limitação de agrupamentos --, foi libertada, segundo a AFP, mediante o pagamento de uma fiança no valor de 65 dólares (55 euros).

Aquando da sua detenção, Dangarembga apelava para a libertação do opositor Jacob Ngarivhume, líder o pequeno partido Transformar o Zimbabué, e do jornalista Hopewell Chin'ono.

Os dois continuam presos, acusados de "incitação pública à violência", e tinham apelado para a realização da manifestação de sexta-feira contra a corrupção e a crise económica no Zimbabué.

Ngarivhume e Chin'ono foram detidos no dia 20 de julho e a justiça zimbabueana negou a sua libertação sob fiança nos dias 23 e 24 do mesmo mês.

Hopewell Chin'ono considera que está a ser julgado por expor a corrupção, incluindo contratos destinados à compra de medicamentos e material de proteção contra a covid-19, num escândalo que levou à detenção e demissão do ministro da Saúde zimbabueano.

"O jornalismo foi criminalizado. A luta contra a corrupção deve continuar, as pessoas não devem parar", disse Chin'ono no dia 24 de julho, após ter sido presente a tribunal.

Nesta sexta-feira, à semelhança de Tsitsi Dangarembga, também foi detido Fadzayi Mahere, o porta-voz do principal partido da oposição, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC).

No início dos anos 2000, a expulsão de agricultores brancos resultou numa crise que levou à queda da moeda, à hiperinflação e a uma taxa de desemprego superior a 90%.

Por não conseguir controlar a desvalorização, em 2009 o regime do então Presidente, Robert Mugabe, abandonou a sua moeda e adotou o dólar norte-americano.

Em 2016, o Governo tentou remediar a situação com a introdução de "notas de obrigação", títulos que teriam um valor semelhante ao dólar norte-americano, mas a falta de confiança dos operadores económicos levou à sua rápida desvalorização.

No ano passado, o executivo, agora liderado por Emmerson Mnangagwa, adotou a reintrodução do dólar zimbabueano, cujo valor continuou a cair face ao dólar norte-americano.

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