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Abrandamento da pandemia leva a redução de meios na Cidade do Cabo

Cidade do Cabo, África do Sul, 16 jul 2020 (Lusa) -- As autoridades de saúde da África do Sul decidiram reduzir a capacidade de um hospital de campanha dedicado à covid-19 na Cidade do Cabo, que foi o primeiro foco do novo coronavírus no continente africano.

Abrandamento da pandemia leva a redução de meios na Cidade do Cabo
Notícias ao Minuto

17:59 - 16/07/20 por Lusa

Mundo África do Sul

A diminuição do número de doentes motivou a decisão de reduzir o tamanho do hospital de campo de Khayelitsha de 60 para 30 camas, um sinal de que a situação pode estar a melhorar na Cidade do Cabo.

O hospital de campanha vai enviar 30 máquinas concentradoras de oxigénio para outras partes do país onde são "desesperadamente necessárias", disse um trabalhador humanitário, Sean Christie, mas ainda se desconhece para onde irão os aparelhos, já que, indicou, tem havido pedidos para as máquinas de todo o país.

Os aparelhos sugam ar ambiente e aumentam o seu conteúdo de oxigénio antes de o entregarem a um paciente através de uma máscara ou tubo nasal e demonstraram ser fundamentais para ajudar a salvar as vidas de alguns pacientes da covid-19.

As hospitalizações devido ao novo coronavírus estão a aumentar em outras partes da África do Sul, especialmente na província de Gauteng, que inclui a maior cidade do país, Joanesburgo, e a capital, Pretória. Os números estão também a crescer significativamente na província mais rural do Cabo Oriental.

O hospital de campo de Khayelitsha foi construído num pavilhão desportivo numa das áreas mais pobres e densamente povoadas da Cidade do Cabo como uma parceria entre a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e o departamento de saúde da província local do Cabo Ocidental.

O hospital de campanha será reduzido para 50% da sua capacidade o mais rapidamente possível, disse o porta-voz da MSF à agência Associated Press.

O responsável referiu que uma parte da equipa da MSF seria reafetada para ajudar numa cidade da província de Cabo Oriental, onde os serviços de saúde estão a ter mais dificuldades.

A província de Gauteng ultrapassou este mês o Cabo Ocidental num total de casos confirmados de covid-19. Em apenas uma semana, os casos de Gauteng aumentaram em mais de 37.000 para 112.714, segundo o Ministério da Saúde. No mesmo período, os casos confirmados da Cidade do Cabo aumentaram em pouco mais de 8.000, para 81.556.

A África do Sul tem mais de 311.049 casos e 4.453 vítimas mortais, sendo o país africano com mais casos positivos e mortos. É também o país com o oitavo maior registo do mundo, acima da Grã-Bretanha, Espanha e Itália.

Há receios de que a taxa de mortalidade possa aumentar se os hospitais noutros locais na África do Sul não forem capazes de lidar com o aumento de casos.

Gauteng, atualmente a província sob maior pressão, é a mais populosa da África do Sul, com mais de 12 milhões de pessoas.

"A tempestade do vírus deverá atingir Gauteng, que tem 25% da população da África do Sul, muitos em áreas densamente povoadas", disse hoje Bandile Masuku, responsável da província na área da saúde.

"Esperamos que a pandemia cresça aqui em Gauteng, aumentando a pressão e o 'stress' no nosso sistema de saúde, a partir do final de julho, talvez atingindo um pico de meados de agosto a setembro", afirmou, durante um 'webinar' promovido por um 'site' de notícias local, o Daily Maverick.

A emergência poderia "expor as lacunas" do sistema de saúde de Gauteng, disse o responsável, descrevendo que a província está numa corrida para construir hospitais de campanha, fornecer camas com oxigénio e contratar médicos e enfermeiros.

África registou, nas últimas 24 horas, mais 247 mortes, totalizando 14.044 vítimas mortais devido à covid-19, em mais de 644 mil casos, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 584 mil mortos e infetou mais de 13,58 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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