Cerca de 500 pessoas protestaram hoje nas ruas de Newcastle, norte de Sidney, depois do Supremo Tribunal do estado de Nova Gales do Sul ter aprovado a manifestação, apesar de uma tentativa da polícia de proibir a sua realização.
A manifestação em Sidney começou com uma cerimónia em que as pessoas lamentaram os indígenas australianos que morreram sob custódia policial, lembrando que houve mais de 400 mortes desde que a comissão real terminou, em 1991.
Não houve qualquer condenação de elementos da polícia devido a essas mortes.
"Passámos pelo processo legal, assistimos ao processo da investigação colonial, ouvimos esse processo e não recebemos justiça. Queremos justiça", afirmou Paul Silva, um dos organizadores do protesto, à televisão SBS.
No sábado, os australianos participaram em comícios do 'Black Lives Matter', movimento criado nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, quando um polícia branco lhe colocou o joelho em cima do pescoço, durante oito minutos e 46 segundos, nas cidades de Brisbane, Darwin, Perth e Adelaide.
Os povos indígenas da Austrália são a minoria étnica mais desfavorecida do país: têm as taxas mais altas que a média de mortalidade infantil e problemas de saúde, bem como menor expectativa de vida e níveis mais baixos de educação e emprego do que outros australianos.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais de Floyd no chão com o joelho do polícia no pescoço que se têm sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades por todo o mundo, incluindo Lisboa.