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Libertados 14 combatentes acusados de disparar 'rockets' contra EUA

Os 14 membros das brigadas do Hezbollah presos no Iraque por ataques com 'rockets' contra norte-americanos foram hoje libertados, afirmou um porta-voz do grupo pró-iraniano, que agora ameaça processar o primeiro-ministro.

Libertados 14 combatentes acusados de disparar 'rockets' contra EUA
Notícias ao Minuto

22:11 - 29/06/20 por Lusa

Mundo Bagdade

A detenção desses combatentes durante uma rusga de contraterrorismo, na passada quinta-feira, é um desafio para o Governo iraquiano, de Moustafa al-Kazimi, que tenta dar provas a Washington, enquanto poupa Teerão, os seus dois principais aliados, inimigos entre si.

Desde essa operação, as brigadas do Hezbollah multiplicaram as ameaças, particularmente a Kazimi, que acusam há meses de ser "cúmplice" do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani e do seu tenente, em janeiro, no aeroporto de Bagdade.

Hoje, os 14 homens foram recebidos em festa no quartel-general do grupo, o mais radical -- e mais bem armado -- dos pró-iranianos no Iraque, segundo imagens divulgadas maciçamente nas redes sociais.

Todos eles tiveram de passar pelo "juiz de Hachd al-Chaabi", uma coligação de paramilitares pró-Irão agora integrados nas tropas iraquianas, das quais as brigadas do Hezbollah fazem parte, segundo explicou à AFP Jaafar Husseini, porta-voz das brigadas do Hezbollah.

O juiz "decidiu libertá-los porque considerou que não tinha provas suficientes", acrescentou Husseini, denunciando as "acusações falaciosas", depois de as autoridades terem afirmado que apanharam os 14 homens em posse de várias rampas de lançamento de foguetes.

Uma fonte dentro da segurança da Hachd al-Chaabi confirmou à AFP a realização desta audiência e as conclusões do juiz.

A partir de agora, acrescentou Husseini, as brigadas "vão apresentar queixa contra o primeiro-ministro", pelo "sequestro" dos seus homens, segundo Abu Ali al-Askaty, outro porta-voz do grupo, citado em comunicado.

Hoje, durante uma demonstração de força, membros dessa fação queimaram bandeiras norte-americanas e israelitas, enquanto pisavam em fotografias de Kazimi.

"O primeiro-ministro decidiu e supervisionou esta operação, talvez com a ajuda dos norte-americanos. Ele queria enviar a mensagem de que atacaria todas as fações que recusem a presença norte-americana e disse aos norte-americanos que os poderia proteger", acusou Husseini.

Pelo menos 33 ataques atingiram soldados ou diplomatas dos Estados Unidos no Iraque desde outubro de 2019, incluindo seis nas últimas duas semanas.

Alguns destes ataques foram reivindicados por pequenos grupos desconhecidos, considerados por especialistas como pertencentes às fações armadas pró-Irão.

As tensões entre Washington e Teerão, dois países que disputam a influência no Iraque, aumentaram nos últimos meses.

O assassínio no início de janeiro do general iraniano Qassem Soleimani e do seu tenente iraquiano em Bagdade quase deu origem a conflitos abertos.

Desde então, o Iraque escolheu um novo Governo, que passou a ser mais pró-americano, e os ataques de 'rockets', que mataram três americanos e um britânico nos últimos meses, tinham sido interrompidos, mas recomeçaram.

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