Níger: Pelo menos 3 mortos em ataque jihadista a abrigo para refugiados
Pelo menos três civis, incluindo dois refugiados, foram mortos no domingo durante um ataque 'jihadista' a um abrigo de refugiados malianos, na região de Tahoua, zona ocidental do Níger, anunciaram hoje as Nações Unidas, citadas por agências internacionais.
© Reuters
Mundo Níger
"Ontem [domingo], no final do dia, às 16:30 locais, cerca de 50 'jihadistas' em motos atacaram o local de refugiados em Intikane. Três pessoas foram assassinadas", afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Niamey, citado pela agência France-Presse.
De acordo com a agência das Nações Unidas, as três vítimas são "o presidente do comité dos refugiados, o presidente do comité de vigilância dos refugiados e o representante do grupo nómada de Tahoua".
O ACNUR acrescentou que um guarda "foi raptado pelos 'jihadistas'", que agiram seguindo um "'modus operandi' bem pensado".
A cidade nigerina de Intikane é um Zona de Acolhimento de Refugiados e alberga 20 mil malianos, que vivem entre a população local desde 2013.
"Os 'jihadistas' infligiram danos nas instalações do campo, incluindo o esvaziamento do armazém de alimentos e a destruição do sistema de distribuição de água potável num raio de 40 quilómetros", acrescentou a agência da ONU.
Além dos 20.000 refugiados malianos, este sistema de abastecimento de água apoia 15.000 nigerinos deslocados pela violência 'jihadista' na região, assim como a população local que reside na zona desértica.
"É grave, os terroristas destruíram o nosso espaço vital", vincou a representante do ACNUR no Níger, Alessandra Moreli, que condenou o ataque.
Este ataque é o mais recente numa lista de vários campos de refugiados atacados por grupos 'jihadistas' no Níger nos últimos quatro anos.
De acordo com as Nações Unidas, o Níger acolhe perto de 60.000 refugiados malianos.
A instabilidade que afeta o Mali começou com um golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.
Os fundamentalistas foram expulsos em 2013 devido a uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados.
Segundo a ONU, mais de 4.000 pessoas foram mortas em ataques terroristas em 2019 no Mali, Burkina Faso e Níger, tendo o número de pessoas deslocadas aumentado 10 vezes, ficando próximo de um milhão.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com