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Democratas exigem respostas do governo dos EUA sobre ataque a Maduro

Três democratas do comité dos Negócios Estrangeiros do Senado estão a exigir respostas do governo dos Estados Unidos sobre o seu conhecimento da tentativa organizada para derrubar o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que envolveria norte-americanos.

Democratas exigem respostas do governo dos EUA sobre ataque a Maduro
Notícias ao Minuto

00:30 - 08/05/20 por Lusa

Mundo Venezuela

Os democratas alegam que tal operação na Venezuela viola as leis dos Estados Unidos e contraria o apoio norte-americano nas negociações para pôr fim ao impasse político que vive aquele país sul-americano.

Numa carta endereçada na quinta-feira ao secretário de Estado, Mike Pompeo, ao procurador-geral, William Barr, e a Richard Grenell, diretor interino dos serviços de informação, os legisladores liderados pelo senador Chris Murphy, de Connecticut, expressaram algum "alarme" sobre o ataque liderado por um ex-boina verde e que resultou na detenção na Venezuela de dois cidadãos norte-americanos.

"Ou o Governo dos EUA desconhecia essas operações planeadas ou estava ciente e permitiu que continuassem", referiu a carta enviada, indicando ainda que "as duas possibilidades são problemáticas".

A carta citou as conclusões de uma investigação da Associated Press (AP) sobre Jordan Goudreau, que assumiu a responsabilidade pela incursão frustrada.

A investigação da AP detalhou como Goudreau, através da sua empresa de segurança privada da Flórida, se uniu a um oficial do exército venezuelano reformado para treinar em campos secretos na Colômbia dezenas de desertores das forças de segurança da Venezuela para uma missão que visava Maduro.

Os EUA oferecem uma recompensa de 15 milhões de dólares pela captura de Maduro.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, negou qualquer envolvimento do seu país na operação e Goudreau disse que nunca conseguiu convencer o governo Trump a apoiar o seu plano ousado de golpe de Estado.

Maduro disse que a operação foi dirigida pela Casa Branca, enquanto os assessores de Juan Guaidó, líder da oposição reconhecido pelos EUA e 60 outros países como legítimo líder da Venezuela, reconheceram que houve a possibilidade de explorar esta ideia no ano passado, mas disseram que desistiram rapidamente depois de decidir que Goudreau não seria confiável.

A carta, que também foi assinada pelo senador Tim Kaine, da Virgínia, e pelo senador Tom Yudall, do Novo México, cita disposições do 'True Act', assinado por Trump no final de 2019, que afirma que é política dos EUA apoiar o compromisso diplomático com trazer um fim negociado e pacífico à crise política, económica e humanitária da Venezuela.

"Tais incursões prejudicam as perspetivas de uma transição democrática pacífica na Venezuela, insinuando que uma intervenção armada é uma opção viável para resolver a crise, minando potencialmente a disposição dos atores da oposição de linha dura em negociar, ao mesmo tempo em que Maduro consegue reunir apoio para o seu lado, fortalecendo a sua posição", escreveram os parlamentares.

A carta contém seis linhas de perguntas sobre o eventual conhecimento das autoridades norte-americanas relacionadas os planos de Goudreau e se o governo tomou medidas para impedir as suas ações e garantir que a assistência dos EUA não foi fornecida direta ou indiretamente aos envolvidos.

Maduro, que acusa os EUA e a Colômbia de estarem por detrás das frustradas tentativas de invasão marítima de 03 e 04 de maio, recomendou ao chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, que deixe a sua obsessão contra a Venezuela.

O chefe de Estado venezuelano disse ainda não ter dúvidas da participação do Presidente da Colômbia, Iván Duque, nos recentes atos.

O Governo venezuelano anunciou, no domingo, que oito pessoas morreram e duas foram detidas numa primeira tentativa de ataque marítimo que ocorreu no estado de La Guaira, vizinho de Caracas.

Segundo o Presidente Nicolás Maduro, a invasão marítima frustrada tinha como "objetivo central" o seu assassínio.

Na segunda-feira, dois norte-americanos e outras 11 pessoas foram detidas numa segunda embarcação que se aproximava de uma área costeira do Estado central de Arágua.

Maduro anunciou na quarta-feira que os dois norte-americanos detidos por participarem na frustrada invasão marítima de domingo que pretendia ser um golpe de Estado contra o seu Governo serão julgados e admitiu deter o opositor Juan Guaidó.

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