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Hezbollah desvia atenção da Síria para combater vírus no Líbano

O movimento xiita libanês Hezbollah mobilizou 24.500 membros e voluntários para uma campanha contra o novo coronavírus para ajudar o governo e o Ministério da Saúde do Líbano, segundo o dirigente do grupo Hashem Safieddine.

Hezbollah desvia atenção da Síria para combater vírus no Líbano
Notícias ao Minuto

17:11 - 01/04/20 por Lusa

Mundo Covid-19

O ministério é tutelado por um ministro escolhido pelo Hezbollah, que quer enviar uma mensagem clara aos seus apoiantes da comunidade xiita libanesa: que é a força em quem confiar numa crise.

O movimento diz que está a converter o poder organizacional que já utilizou para combater Israel ou na guerra civil da vizinha Síria para combater a propagação da pandemia do novo coronavírus no Líbano, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press.

Nos subúrbios do sul de Beirute, paramédicos e voluntários do Hezbollah em camiões e a pé pulverizam com desinfetante ruas e lojas e num hospital onde já tratou combatentes feridos, uma equipa médica do grupo montou um centro para tratar doentes com a covid-19.

Além disso, a Sociedade Islâmica de Saúde do grupo planeia instalar centros de testes e o movimento pode reunir milhares de médicos, enfermeiros e outro pessoal, contando ainda com 100 ambulâncias.

O grupo de guerrilha, apoiado pelo Irão, e potência política no Líbano está sob pressão, depois de ter sido acusado de ajudar a trazer o novo coronavírus para o Líbano.

O primeiro caso no Líbano foi confirmado a 20 de fevereiro, uma mulher que acabara de chegar do Irão, um dos países mais afetados pela epidemia.

Mas só três semanas depois foram suspensos os voos do Irão e críticos afirmam que o Hezbollah é responsável pelo atraso, visando dar tempo aos seus membros para regressarem a casa, o que o grupo nega.

Neste momento o Líbano conta com quase 480 casos e 12 mortos.

Nos últimos anos, o Hezbollah enfureceu muitos no Líbano por intervir na guerra civil da Síria apoiando o aliado do Irão em Damasco. Durante a onda de protestos no Líbano no final do ano passado, alguns manifestantes denunciaram o Hezbollah como parte da elite dominante que queriam afastar.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, tem feito discursos televisivos regulares sobre a pandemia, num sinal de que o grupo sente que deve mostrar empenho.

"Devemos sentir que estamos numa guerra e devemos lutar", disse Nasrallah recentemente.

O Hezbollah tem uma vantagem, além de ser a maior força militar do Líbano, possui o maior poder organizacional e de serviços do país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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