O antigo médico de Joe Biden recusou-se a testemunhar num inquérito à porta fechada no âmbito da investigação que o Partido Republicano está a levar a cabo acerca da saúde mental do antecessor de Donald Trump na Casa Branca.
Segundo avançam as publicações norte-americanas, o médico Kevin O’Connor invocou o privilégio médico-paciente e o seu direito à Quinta Emenda contra a autoincriminação.
Segundo explica um comunicado citado pela imprensa, O’Connor diz, repetidamente, que os seus deveres como médico complicam o seu testemunho e o impedem também de partilhar algumas informações mais sensíveis.
A Associated Press diz ainda que a Quinta Emenda da Constituição dos EUA foi invocada esta quarta-feira antes de se realizar o Comité de Supervisão da Câmara dos Representantes.
Note-se que a Quinta Emenda garante a proteção contra o abuso da autoridade estatal, incluindo o direito de não falar, por forma a evitar a autoincriminação. Esta emenda faz parte da Carta de Direitos dos EUA e estabelece o "devido processo legal", assegurando que ninguém seja privado de vida, liberdade ou propriedade sem o devido processo legal.
Note-se que a investigação em causa está a ser conduzida pelos republicanos, que se questionam sobre as ações de Biden no cargo de presidente dos Estados Unidos.
Segundo o que defendem, algumas políticas levadas a cabo pela Casa Branca podem ser inválidas, se se provar que Biden esteve mentalmente incapacitado durante uma parte do seu mandato - e que terá usado uma 'autopen' [máquina para assinaturas automáticas] em certas ações. Note-se que Donald Trump afirmou que o Joe Biden tinha usado uma máquina destas para assinar perdões.
"Com exceção da eleição presidencial fraudulenta de 2020, o uso de 'autopen' é o maior escândalo político da História", escreveu Trump na Truth Social, no início de junho.
No comunicado em nome do médico, um dos seus advogados, David Schertler, explicou que o Comité de Supervisão da Câmara devia suspender a sua investigação até que a Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, concluísse uma investigação que o presidente do Comité de Supervisão, o deputado James Comer, disse que esta iniciou sobre o uso destas máquinas, usadas já por presidentes, mas também por escritores.
A saúde de Biden
Note-se que ainda antes de Biden dizer que se ia recandidatar ao cargo de presidente dos EUA, várias vozes levantaram questões acerca da sua saúde, apontando que este não estaria bem mentalmente. Após insistir várias vezes que ia defrontar Donald Trump, Biden acabou por retirar a sua candidatura, em julho de 2024, dizendo que a acreditava ser "do melhor interesse do partido e do país dar um passo atrás."
Biden demonstrou desde logo o seu apoio à sua então 'vice', Kamala Harris, que acabou por perder as presidenciais dos EUA para Trump.
Mais recentemente, em maio deste ano, Joe Biden anunciou que tinha sido diagnosticado com cancro na próstata, que já estaria metastizado - e que terá sido descoberto na semana anterior.
Depois de a notícia ser tornada pública, um outro antigo médico da Casa Branca, Ronny Jackson, explicou que o antigo presidente poderia não ter entre "12 a 18 meses de vida."
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