Num relatório hoje divulgado e elaborado com "contribuições confidenciais" de agências humanitárias e organismos médicos, a ONG documentou que os profissionais de saúde iranianos morreram em cinco situações ocorridas entre 13 e 16 de junho.
Nove destes profissionais pertenciam ao Crescente Vermelho Iraniano e morreram enquanto tratavam vítimas de bombardeamentos aéreos, de acordo com a organização que monitoriza os ataques globais no setor da saúde em zonas de conflito.
Outros dois profissionais foram mortos em ataques diretos a hospitais, um dos quais médico na prisão de Evin, um dos alvos do Exército israelita, que destruiu a enfermaria das instalações prisionais nos seus bombardeamentos.
Mais duas pessoas morreram em ataques separados: uma na cidade de Qasr-e Shirin, na província de Kermanshah, em 13 de junho, e outra, um motorista de ambulância, vítima de um drone israelita perto de Najafabad, na província de Isfahan, em 22 de junho.
Mais três trabalhadores foram também mortos quando as suas casas em Teerão foram atingidas por ataques aéreos.
A diretora da Insecurity Insight, Christina Wille, disse à agência noticiosa espanhola EFE que a organização continua o processo de verificação das vítimas e que está prevista uma atualização do relatório na próxima semana.
A ONG informou ainda que pelo menos 14 instalações médicas, a maioria em Teerão, foram atingidas por "armas explosivas lançadas de aviões e drones".
A Insecurity Insight referiu que, durante o conflito, o acesso dos doentes aos serviços de saúde foi "severamente interrompido", destacando o caso do Centro de Cuidados Infantis Ameneh, em Teerão, onde bebés e crianças foram retirados após um alerta de bombardeamento.
O relatório inclui ainda três ataques ocorridos em território israelita, nos quais cinco profissionais de saúde ficaram feridos.
Um dos casos mais graves ocorreu no Centro Médico Soroka, na cidade de Bersheba, no sul de Israel, que foi danificado pela onda de choque de um míssil balístico iraniano, obrigando à suspensão da maioria dos serviços médicos da unidade.
A ONG indicou que não conseguiu compilar o número total de feridos nestes ataques e alertou que o número pode ser superior devido ao "'apagão' de informação imposto pelo Governo israelita" nas zonas afetadas pelo bombardeamento.
A ofensiva israelita começou em 13 de junho e foi respondida de imediato pelo Irão, num conflito que se prolongou durante 12 dias.
Israel justificou a sua operação militar acusando a República Islâmica de estar prestes a obter uma arma nuclear, o que é refutado por Teerão.
Posteriormente, os Estados Unidos realizaram, em 22 de junho, um raide aéreo contra as instalações nucleares de Fordo, Natanz e Isfahan, no Irão.
Após estes acontecimentos, ambos os lados concordaram com um cessar-fogo, interrompendo os respetivos bombardeamentos, que fizeram mais de mil mortos no Irão e 28 em Israel.
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