Mike Pompeo no Qatar para se encontrar com dirigentes talibã
O secretário de Estado dos Estados Unidos está no Qatar para se encontrar com dirigentes talibãs, pela primeira vez desde a assinatura do acordo histórico de cessar-fogo com o grupo fundamentalista e autor de ações terroristas.
© REUTERS/Tom Brenner
Mundo Diplomacia
Mike Pompeo vai "reunir-se com responsáveis dos talibãs, entre os quais o mullah Abdul Ghani Baradar, co-fundador do movimento talibã e o seu principal negociador, para pedir que continuem a respeitar o acordo assinado no mês passado", disse a porta-voz do secretário de Estado.
No dia 29 de fevereiro, os Estados Unidos e grupos talibãs assinaram, em Doha, um acordo, considerado "histórico", que prevê a retirada das forças estrangeiras do território afegão nos próximos 14 meses, em troca de garantias de paz.
Antes de chegar ao Qatar, Pompeo fez uma visita surpresa a Cabul, capital do Afeganistão, para pressionar os líderes políticos afegãos a superar as suas divergências e estabelecer um governo unido capaz de iniciar negociações de paz com os talibãs.
Segundo a agência americana AP, Pompeo deixou o Afeganistão sem dizer se foi capaz de os convencer.
Numa altura em que os líderes mundiais estão a suspender as viagens oficiais, dado o contexto de pandemia da covid-19, causada pelo novo coronavírus, Pompeo foi até Cabul para lançar um ultimato ao Presidente afegão, Ashraf Ghani, e ao seu principal opositor, Abdullah Abdullah, que continuam sem chegar a acordo sobre quem foi eleito nas eleições presidenciais de setembro, tendo ambos realizado cerimónias de tomada de posse no início deste mês.
Pompeo encontrou-se hoje com ambos, separadamente primeiro e em conjunto depois. Segundo relatos afegãos citados pela AP, Pompeo terá dado um prazo até terça-feira para que os dois líderes cheguem a um compromisso.
Já depois do acordo de paz, o Departamento de Estado dos EUA considerou que, embora os talibãs tenham interrompido os ataques contra as forças da coligação lideradas por Washington e nas cidades afegãs, a violência no campo de batalha permanece intensa e "inaceitável".
Ainda assim, os Estados Unidos começaram a retirar as tropas, como estabelecido no acordo. Numa primeira fase, Washington vai reduzir o contingente militar de 13 mil para 8.600 efetivos.
Se os talibãs mantiverem os compromissos assumidos de negarem refúgio a terroristas no Afeganistão, Washington vai retirar as restantes tropas em 14 meses, segundo o acordo.
Quando foi assinado, o acordo foi apontado como a melhor oportunidade para o Afeganistão encontrar a paz após 40 anos de guerra. Por outro lado, o acordo representa uma saída para os Estados Unidos, após quase 19 anos de guerra, um dos conflitos mais longos da história norte-americana.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com