Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 12º MÁX 17º

Bruxelas classifica de "vergonha" carnaval belga após desfile antissemita

A Comissão Europeia considerou hoje "uma vergonha" o controverso carnaval belga de Alost, após o cortejo deste ano ter incluído representações de judeus ortodoxos como formigas, um ano após o desfile já ter sido considerado antissemita.

Bruxelas classifica de "vergonha" carnaval belga após desfile antissemita
Notícias ao Minuto

16:00 - 24/02/20 por Lusa

Mundo Carnaval

O comissário responsável pela Promoção do Modo de Vida Europeu, Margaritis Schinas, recorreu à sua conta na rede social Twitter para condenar, uma vez mais, as festividades carnavalescas de Alost, que nos últimos anos têm suscitado forte polémica na Bélgica, recordando que já no ano passado, então como porta-voz do executivo comunitário, criticara a inclusão no cortejo de um carro com bonecos a representar judeus, de nariz curvado, sentados sobre sacos cheios de ouro.

Incluindo na mensagem um 'link' para a sua intervenção de há um ano, o comissário escreveu: "Aqui está o que disse no ano passado em nome da Comissão Europeia. Este ano, enquanto vice-presidente também com o pelouro da luta contra o antissemitismo, é claro para mim: este carnaval de Alost é uma vergonha. Deve parar. Não há lugar para isto na Europa".

A questão também foi levantada na conferência de imprensa diária de hoje da Comissão Europeia, tendo o porta-voz Adalbert Jahnz afirmado que a posição do executivo comunitário "é clara", no sentido de se opor "a todas as formas de antissemitismo", e observou igualmente que as caricaturas de judeus "não têm nada a fazer nas ruas europeias", 75 anos depois do Holocausto.

Revelando que a Comissão recebeu "algumas queixas" relativas ao desfile, este porta-voz, à semelhança do que o executivo comunitário tem alegado há já vários anos, sublinhou, no entanto, que cabe às autoridades nacionais (belgas) "tomar medidas".

A primeira-ministra belga em exercício, Sophie Wilmès, também já condenou a utilização de "estereótipos e referências que estigmatizam comunidades", admitindo que estas demonstrações de antissemitismo prejudicam a imagem do país, mas alegou por seu lado que "cabe às instituições competentes e à Justiça determinar se os factos ocorridos durante o carnaval (de Alost) infringem a lei".

Considerado património cultural imaterial da Unesco, o carnaval de Alost, que já tem cerca de 600 anos, tem sido marcado pela polémica nos últimos anos, ao incluir recorrentemente carros alegóricos e figuras consideradas racistas e antissemitas.

O autarca da cidade, o nacionalista flamengo Christoph D'Haese, mantém, no entanto, o seu apoio a este género de desfiles carnavalescos, argumentando que o cortejo deste ano não foi antissemita "e Alost não é uma cidade antissemita".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório