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Coligação de ONG exorta mundo a "parar carnificina" no noroeste

Uma coligação de organizações não-governamentais da Síria exortou hoje "o mundo a acordar e a parar a carnificina" em Idlib, apresentado um "quadro negro" da situação humanitária nesta província do noroeste do país.

Coligação de ONG exorta mundo a "parar carnificina" no noroeste
Notícias ao Minuto

15:42 - 19/02/20 por Lusa

Mundo Síria

Numa conferência de imprensa em Istambul, a aliança de ONG disse que os deslocados "fogem em busca de segurança para morrerem devido a condições climáticas extremas e falta de recursos".

"Centenas de milhares de pessoas estão a morrer, não só devido aos bombardeamentos, mas também devido ao frio (...) Parece o fim do mundo", declarou Razan Saffur, da Associação Médica dos Expatriados Sírios, à agência France Presse.

Estas ONG estimam ser necessária uma ajuda de emergência de 310 milhões de euros para fazer face às necessidades essenciais dos deslocados que se encontram amontoados em dezenas de milhares de campos improvisados junto à fronteira turca.

Os bombardeamentos diários do regime de Bashar al-Assad e do seu aliado russo ao último grande bastião insurgente na Síria já obrigaram cerca de 900.000 pessoas, na maioria mulheres e crianças, a abandonarem as suas casas na região de Idlib e arredores desde 1 de dezembro, afirmou a ONU na segunda-feira, insistindo num cessar-fogo.

Este êxodo em apenas um pouco mais de dois meses não tem precedentes desde o início da guerra da Síria, que causou milhões de deslocados e refugiados e matou mais de 380 mil pessoas desde 2011.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 400 civis, 112 dos quais menores, morreram desde que o regime intensificou a ofensiva no início de dezembro.

As ONG sírias pediram às partes em conflito que permitam o acesso seguro aos grupos humanitários, assim como "um cessar-fogo completo e o fim das violações dos direitos humanos".

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, tinha pedido na terça-feira a criação de "corredores humanitários" na província de Idlib, ao expressar o seu "horror" face à violência no noroeste sírio.

Das 550 estruturas de saúde da região, apenas metade continua operacional, lamentou a Organização Mundial de Saúde (OMS) no mesmo dia, enquanto o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indicou que os dois últimos hospitais operacionais na zona oeste da província de Alepo, vizinha de Idlib, foram atingidos nos ataques.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) chamou igualmente a atenção para as dificuldades de acesso aos cuidados de saúde, indicando que desde janeiro reforçou "os donativos a hospitais de primeira linha na assistência a trauma" para os ajudar "a darem resposta às enormes necessidades".

A tensão continua alta no noroeste da Síria, tendo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterado hoje o seu ultimato ao regime para que até final de fevereiro se retire das zonas dos postos de observação de Ancara na província de Idlib.

"Estes são os nossos últimos alertas (...) Podemos surgir uma noite sem aviso. Para ser mais explícito, está iminente uma operação em Idlib", ameaçou Erdogan num discurso em Ancara.

A Rússia, aliada do regime sírio, reagiu imediatamente. Uma tal operação seria "a pior das opções", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

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