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Iémen: Rebeldes Huthis impedem fluxo de ajuda da ONU

Os rebeldes Huthis bloquearam metade dos programas de ajuda da ONU ao Iémen, num "braço de ferro" para forçar a organização a dar-lhes maior controlo sobre a campanha humanitária, segundo fontes humanitárias e documentos internos obtidos pela Associated Press.

Iémen: Rebeldes Huthis impedem fluxo de ajuda da ONU
Notícias ao Minuto

13:38 - 19/02/20 por Lusa

Mundo Iémen

A agência noticiosa norte-americana entrevistou funcionários humanitários e teve acesso a documentos que mostram que os rebeldes iemenitas fazem depender o acesso a áreas sob o seu controlo de inúmeras condições que as agências rejeitam, em parte porque daria aos Huthis maior influência sobre quem recebe ajuda.

A obstrução dos Huthis impediu vários programas para alimentar a população à beira da fome e ajudar os deslocados de uma guerra civil de quase seis anos, disse à AP um responsável das Nações Unidas que não quis ser identificado.

"Mais de dois milhões de beneficiários... são diretamente afetados", indicou.

De acordo com documentos, os rebeldes xiitas também tentam contrariar os esforços da ONU para reforçar a monitorização dos cerca de 370 milhões de dólares anuais (342,6 milhões de euros) que recebem instituições governamentais controladas principalmente pelos Huthis.

O dinheiro deveria pagar salários e outros custos administrativos, mas mais de um terço do que foi gasto o ano passado não foi auditado, indica um documento interno.

Em outubro, a coordenadora humanitária da ONU para o Iémen, Lise Grande, enviou uma carta ao designado primeiro-ministro Huthi queixando-se de uma longa lista de exigências.

A sua "maioria esmagadora" impede ou atrasa a entrega de ajuda e muitas violam princípios humanitários, disse na carta obtida pela AP.

Durante meses, os Huthis pediram que lhes fosse dado 2% do orçamento da ajuda, condição rejeitada pelas Nações Unidas e por doadores.

Na semana passada, os rebeldes pareceram recuar nessa exigência, mas continuam a pressionar por outras concessões, segundo responsáveis ligados à ajuda humanitária.

Numa reunião em Bruxelas na última quinta-feira, agências humanitárias e doadores internacionais ameaçaram reduzir a ajuda se os Huthis continuarem a impor restrições às operações da ONU no Iémen.

O programa de ajuda da ONU, que totaliza 8,35 mil milhões de dólares (7,73 mil milhões de euros) desde 2015, é vital para manter muitos iemenitas vivos. As Nações Unidas classificaram a situação no Iémen de pior crise humanitária do mundo.

Mais de três milhões de pessoas estão deslocadas, as epidemias de cólera mataram centenas e pelo menos 2,2 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de desnutrição grave, disse a agência.

Os rebeldes Huthis apoiados pelo Irão controlam a capital, Sanaa, e grande parte do norte do país, onde vive a maioria da população. Combatem o governo reconhecido internacionalmente e ajudado por uma coligação internacional conduzida pela Arábia Saudita.

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