Pratos sujos com 16 mil anos revelam que caçadores cozinhavam refeições
Os pratos quentes ajudavam-nos a aguentar as temperaturas negativas durante a Idade do Gelo.
© Quaternary Science Reviews/ Shoda et al.
Mundo Descoberta
Ninguém gosta de lavar a loiça, agora deixar pratos sujos durante 16 mil anos é um feito. Mas na verdade muito útil, pois, ao serem descobertos pelos arqueólogos, revelaram que os caçadores siberianos cozinhavam refeições quentes de peixe e medula óssea para os ajudar a sobreviver às estações do ano mais rigorosas da Idade do Gelo.
Os investigadores puderam assim analisar as gorduras e lipidos ancestrais que tinham ficado preservados em 28 fragmentos de cerâmica encontrados ao longo do rio Amur, na Rússia, e descobriram que os pratos tinham sido usados para comer peixe, como salmão ou outro tipo de peixe de rio. A descoberta é partilhada na revista cientifica Quaternary Science Reviews e os vestígios de peixe tinham já sido encontrados em pratos da mesma idade do Japão, o que sugere que o peixe se estava a tornar uma comida chave naquele período.
Foram ainda encontrados lípidos de animais ruminantes, que os especialistas creem que serão referentes a pratos de medula óssea fervida. Esta refeição ajudaria a providenciar uma fonte importante de energia em tempos de escassez devido ao clima frio.
Os arqueólogos descobriram ainda que vários dos fragmentos de cerâmica tinham padrões e diferentes técnicas de manufactura. Tudo junto sugere que os grupos de caçadores e recoletores no leste da Ásia desenvolveram a arte da cerâmica durante essa altura tão difícil.
A última Idade do Gelo atingiu o seu pico há cerca de 26 a 20 mil anos, o que forçou os humanos a abandonar as regiões mais a norte, incluindo grandes áreas da Sibéria.
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