Cinco países do Golfo da Guiné preparam ordenamento do espaço marítimo
Representantes de seis países do Golfo da Guiné, incluindo São Tomé e Príncipe, estão reunidos na capital são-tomense para uma formação de cinco dias para definirem um plano de ordenamento dos seus espaços marítimos.

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Mundo Golfo da Guiné
"O mar é um grande potencial para o desenvolvimento sócio-económico de todos estes nossos países banhados pelo Oceano Atlântico. Podemos explorar o mar como recursos energéticos, recursos pescadores e como recursos petrolíferos e para que essa exploração possa ser feita de forma harmoniosa, durável e sustentável é necessário haver uma planificação", disse o diretor do Projeto Waca, Arlindo Carvalho.
A iniciativa resulta da parceria entre o Projeto de Gestão da Costa Oeste Africana (Waca), a União Internacional da Conservação da Natureza e o Banco Mundial.
Arlindo Carvalho refere que caso não haja essa planificação, poderá verificar-se "uma sobreposição nas atividades" marítimas destes países, que "pode pôr em causa a segurança e a sustentabilidade do mar".
Na reunião que decorre na capital são-tomense participam representantes da Costa do Marfim, Togo, Benin, Mauritânia e Senegal, que pretende partilhar conhecimentos teóricos e práticos sobre como preparar um projeto de planificação marítima.
A preparação deste projeto tem por objetivo "potencializar todo o espaço da zona económica exclusiva (ZEE)" de cada um dos países.
"É preciso definir qual é a zona destinada às pescas, para produção marinha, onde os peixes podem desovar, reproduzir sem serem molestados, estamos em vias de exploração petrolífera e é preciso definir onde exatamente vão estar situados os blocos de petróleo e para que eles também possa tem uma certa proteção de caráter ambiental", explicou o diretor do projeto Waca.
Estes seis países projetam para os próximos três anos ter cada um o seu plano de ordenamento marítimo devidamente elaborado com vista á sua exploração harmoniosa, particularmente São Tomé e Príncipe, cujo espaço marítimo é 16 vezes maior que a superfície terrestre.
"O país tem que fazer uma espécie de inventário dos potenciais investimentos que pretende fazer no mar. Nós ainda não temos qualquer investimento no mar. Alguns já estão a explorar o petróleo com todas as consequências que elas trazem, tais como a poluição e degradação do sistema marinho", disse Arlindo Carvalho.
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