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Trump nega afirmações de ex-conselheiro sobre caso ucraniano

O Presidente dos EUA, Donald Trump, negou hoje ter condicionado a concessão de ajuda militar à Ucrânia, que está no centro do seu julgamento político, a investigações a um rival, como afirma um seu ex-conselheiro num manuscrito.

Trump nega afirmações de ex-conselheiro sobre caso ucraniano
Notícias ao Minuto

14:56 - 27/01/20 por Lusa

Mundo Trump

Os 'media' norte-americanos revelam hoje que o ex-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca John Bolton escreveu, num livro que aguarda publicação, que Trump quis reter centenas de milhões de dólares de ajuda militar à Ucrânia até que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concordasse anunciar que iria investigar a atividade da família Biden junto de uma empresa ucraniana envolvida num caso de corrupção.

A revelação contraria a posição da equipa jurídica de Trump - no julgamento político que decorre no Senado, no âmbito do processo de 'impeachment' -- que tem insistido em que o Presidente norte-americano nunca vinculou a suspensão da ajuda militar à Ucrânia às investigações ao ex-vice-Presidente Joe Biden e ao seu filho Hunter, na empresa ucraniana Burisma.

"Eu NUNCA disse a John Bolton que a ajuda à Ucrânia estava ligada às investigações aos democratas, incluindo aos Biden", escreveu hoje Donald Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter.

Trump acrescentou que Bolton "nunca se queixou desse facto", enquanto ocupou o cargo de conselheiro de segurança nacional, de que se demitiu em setembro passado, por discordâncias com decisões políticas do Presidente.

"Se Bolton disse isso, é porque quer vender o livro", conclui Trump, referindo-se ao facto de a informação hoje divulgada estar presente num manuscrito que aguarda verificação da Casa Branca (por conter dados obtidos durante o seu cargo de conselheiro) para poder ser editado em livro.

Os democratas já estão a utilizar estes dados do manuscrito de Bolton para reforçar os seus argumentos nas acusações de abuso de poder e de obstrução ao Congresso, que estão na base do processo de destituição que começou a ser julgado politicamente no Senado, na passada semana.

Para os democratas, a revelação de Bolton reforça a ideia de que Trump colocou os seus interesses pessoais à frente dos interesses do país, ao reter a ajuda à Ucrânia até que o Presidente Zelensky anunciasse a investigação ao filho de Joe Biden, para fragilizar o ex-vice Presidente de Barack Obama na sua candidatura presidencial.

Os democratas consideram também que o manuscrito de Bolton revela a importância de ouvir novas testemunhas no julgamento político de Trump -- que foi rejeitada inicialmente pela maioria republicana no Senado -- incluindo este ex-conselheiro e também o chefe de gabinete do Presidente, Mick Mulvaney, que poderá ter dados sobre o processo.

Minutos depois da revelação sobre o manuscrito de Bolton, Adam Schiff, o democrata que lidera a acusação contra Trump, lembrou, na sua conta no Twitter, que, durante o inquérito que decorreu antes na Câmara de Representantes, Trump impediu que o seu ex-conselheiro de segurança nacional apresentasse o seu depoimento.

Também a líder democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, disse hoje que, após as revelações do manuscrito, "é ainda menos justificável" que os republicanos se oponham a ouvir mais testemunhas no julgamento político.

Recentemente, John Bolton anunciou que estará disponível para depor no Senado, se forem permitidas testemunhas no julgamento político de Trump, que deve ser retomado esta tarde, após o intervalo de fim de semana, com a apresentação das alegações iniciais da equipa jurídica de Trump.

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