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Venezuela: Oposição cancela sessão parlamentar com receio de violência

A oposição venezuelana, maioritária na Assembleia Nacional (parlamento), decidiu cancelar a sessão parlamentar prevista para hoje no edifício daquele órgão por recear a repetição dos atos de violência liderados na semana passada por grupos de civis armados.

Venezuela: Oposição cancela sessão parlamentar com receio de violência
Notícias ao Minuto

17:13 - 21/01/20 por Lusa

Mundo Venezuela

Tal como aconteceu na semana passada, os deputados reuniram-se hoje na sede do partido opositor Ação Democrática (AD) para irem todos juntos para o Palácio Federal Legislativo, sede da Assembleia Nacional.

Uma vez no local, os parlamentares avaliaram a hipótese de enviar uma comitiva ao interior do palácio, como aconteceu em 15 de janeiro, dia em que foram impedidos de entrar no edifício por grupos de civis armados.

Nesse dia, os grupos de civis, encarados pela oposição e por grupos de direitos humanos como unidades paramilitares, atacaram com paus e pedras a carrinha que transportava a comitiva de deputados, que também chegaram a relatar vários disparos.

Por recear que os incidentes se repetissem hoje, o vice-presidente da Assembleia Nacional, Juan Pablo Guanipa, comunicou ao "povo venezuelano" que a sessão parlamentar de hoje seria realizada novamente, e pela terceira vez este mês, fora do edifício da Assembleia.

A sede da Assembleia Nacional estava hoje de manhã rodeada por elementos da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militarizada) e por unidades antimotim da Polícia Nacional Bolivariana e por "coletivos" de civis, um cenário muito parecido ao que foi registado em 15 de janeiro, mas também em 05 de janeiro, dia que ficou marcado pela eleição paralela de dois presidentes do parlamento venezuelano: o opositor Juan Guaidó e Luís Parra.

Segundo a agência espanhola EFE, um camião-cisterna de uma empresa governamental estava avariado junto ao local combinado para ser o ponto de encontro dos deputados da oposição, que planeavam seguir juntos, numa marcha, até ao edifício da Assembleia.

A EFE relatou que o camião-cisterna estava a bloquear a estrada.

"O que foi feito hoje é uma ameaça à integridade física dos deputados", afirmou, em declarações à comunicação social, Juan Pablo Guanipa, nomeado vice-presidente do parlamento no passado dia 05 de janeiro, garantindo ainda que tinha conseguido reunir hoje 91 deputados.

Ainda aos jornalistas, Juan Pablo Guanipa, que classificou as unidades paramilitares como "terroristas", anunciou a realização de uma nova ação para a próxima terça-feira.

"Vamos convocar os venezuelanos para irmos juntos na terça-feira, dia 28, à sede do Palácio Federal Legislativo", avançou Juan Pablo Guanipa.

Ao mesmo tempo que os opositores cancelavam a sessão parlamentar, Luís Parra, representante do chavismo e eleito presidente da Assembleia Nacional em 05 de janeiro com o apoio de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção, iniciava uma sessão dentro do Palácio Federal Legislativo com um grupo indeterminado de parlamentares.

A sessão presidida por Parra previa renovar o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Quem não estava hoje junto dos deputados da oposição era Juan Guaidó, que se encontra fora da Venezuela.

Desafiando a proibição de sair do território venezuelano, Juan Guaidó viajou para a Colômbia onde, no domingo, se reuniu com o secretário de estado norte-americano, Mike Pompeo.

Juan Guaidó, que se autoproclamou Presidente interino venezuelano em janeiro de 2019 e que foi reconhecido por mais de 50 países, irá reunir-se hoje em Londres com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Guaidó reivindica há um ano a Presidência interina da Venezuela, acusando Nicolás Maduro de "usurpação" da Presidência da Venezuela depois de uma "reeleição fraudulenta" em 2018.

A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.

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