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AI acusa China de contribuir para crise do direitos humanos no Myanmar

A Amnistia Internacional acusou hoje a China de contribuir para a crise dos direitos humanos no Myanmar, na véspera do Presidente chinês visitar aquele país, acusando Pequim de proteger as autoridades de Nepiedó.

AI acusa China de contribuir para crise do direitos humanos no Myanmar
Notícias ao Minuto

12:26 - 16/01/20 por Lusa

Mundo Myanmar

"A China deve parar de usar a sua posição no Conselho de Segurança da ONU para proteger os generais do Myanmar (antiga Birmânia) de assumir as suas responsabilidades", apontou o diretor regional da organização de defesa dos direitos humanos, Nicholas Bequelin, num comunicado enviado à Lusa.

"Isto apenas encoraja a incansável campanha militar de violações dos direitos humanos e crimes de guerra contra minorias étnicas em todo o país", acrescentou.

Pequim continua a ser um apoio importante para a Birmânia, país isolado da comunidade internacional, face às centenas de milhares de rohingya birmaneses que tiveram de fugir das suas aldeias no estado de Rakhine, no sudoeste do Myanmar, para escapar à violência militar que a ONU descreveu como "limpeza étnica".

Cerca de um milhão de muçulmanos rohingya birmaneses encontram-se em campos de refugiados no sul do Bangladesh, em condições desumanas.

"Se não pressionar o Myanmar a garantir justiça e restaurar os direitos dos Rohingya, os esforços da China para resolver a situação permanecerão ineficazes - e contraproducentes", escreveu Nicholas Bequelin.

O Presidente chinês, Xi Jinping, realiza na sexta-feira a primeira visita de um chefe de Estado chinês ao Myanmar em quase vinte anos, numa altura em que Pequim tenta fortalecer as relações com membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, face a disputas territoriais no Mar do Sul da China.

O Myanmar tem sido um aliado próximo no apoio às reivindicações chinesas da quase totalidade do Mar do Sul da China e um parceiro na iniciativa chinesa ?uma faixa, uma rota', que inclui a construção de aeroportos, centrais elétricas ou zonas de comércio livre, visando redesenhar as vias comerciais entre a China, Europa e sudeste e centro do continente asiático.

Os projetos chineses no Myanmar incluem um gasoduto desde o Médio Oriente, em vez de passar pelo estreito de Malaca.

O diretor da Amnistia Internacional classificou como "profundamente perturbadora" a "absoluta falta de transparência" nos acordos para desenvolvimento de infraestruturas assinados entre a China e o Myanmar.

"O investimento em infraestruturas pode ajudar a elevar os padrões de vida e alcançar direitos humanos através do acesso a serviços básicos e emprego. Contudo, esses benefícios não se concretizarão se os projetos arcarem custos para os meios de subsistência de mulheres, homens e crianças, que deveriam ser protegidos e consultados adequadamente antes do início da construção", observou.

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