Detidos e feridos em confrontos em frente ao Banco Central do Líbano

Mais de 50 pessoas foram detidas e quase 100 ficaram feridas nos confrontos ocorridos na noite de terça-feira em frente ao Banco Central em Beirute, capital do Líbano, entre forças de segurança e manifestantes, anunciaram hoje várias fontes.

Líbano assinala aniversário da independência num cenário de  protesto

© Reuters

Lusa
15/01/2020 14:19 ‧ 15/01/2020 por Lusa

Mundo

Líbano

Em comunicado, as forças de segurança libanesas indicaram que 59 pessoas foram detidas, após os confrontos registados no emblemático bairro de Hamra em Beirute, onde se situa o Banco Central do Líbano, e que 47 membros de segurança sofreram ferimentos, sem adiantar mais detalhes.

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) disse em comunicado que o número de detidos aumentou para 65, embora a maioria das pessoas levadas para a esquadra tenha sido libertada horas depois.

Por seu turno, a Defesa Civil libanesa referiu que pelo menos 25 pessoas foram levadas para um hospital da zona, enquanto 20 foram tratadas nas ruas de Hamra.

A tensão voltou na terça-feira às ruas do Líbano ao longo do dia e à noite registaram-se confrontos entre manifestantes e forças de segurança, que dispararam gás lacrimogéneo depois dos participantes da marcha atirarem pedras e arremessarem tochas.

Os manifestantes marcharam na terça-feira pelo bairro de Hamra e partiram vitrinas de bancos, assim como caixas automáticas, segundo a HRW e os meios de comunicação social que transmitiram em direto os incidentes.

Este incidente coincide com a publicação do relatório anual da HRW, que direciona um dos seus artigos para o Líbano, onde começaram as manifestações antigovernamentais em 17 de outubro.

"As autoridades do Líbano não estão a abordar uma crise económica e política de grande dimensão que está a colocar em perigo o acesso dos cidadãos a serviços vitais, incluindo assistência médica (...). As forças de segurança às vezes não conseguem proteger os manifestantes de ataques violentos", aponta o relatório.

O Líbano vive uma das piores crises económicas há décadas e os bancos são um dos alvos dos protestos que também exigem a abolição do sigilo bancário num dos países mais endividados do mundo.

Após os incidentes na noite de terça-feira, o coordenador da ONU no Líbano, Jan Kubis, escreveu hoje na sua conta da rede social Twitter que os "responsáveis" pela crise observam como a economia "entra em colapso" no país.

"Outro dia de confusão pela formação de um Governo, no meio de protestos cada vez mais furiosos e a economia em queda livre. Políticos, não culpem as pessoas, culpem-se a vós mesmos por este caos perigoso", afirmou Kubis.

Por outro lado, o primeiro-ministro demissionário Saad Hariri disse na sua conta do Twitter que este ataque é "inaceitável" e acrescentou que não quer atribuí-lo à "revolução das pessoas e à sua raiva contra os bancos".

Hariri demitiu-se apenas 12 dias após o início dos protestos no Líbano, a 17 de outubro.

Além da crise económica, o primeiro-ministro designado, Hasan Diab, não consegue formar um Governo, que deveria estar pronto na semana passada, indicou na terça-feira o Presidente libanês, Michel Aoun.

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