México concede asilo político a quatro deputados da oposição no Equador
O México concedeu asilo político a quatro deputados da oposição equatoriana próximos do ex-presidente Rafael Correa que se refugiaram na embaixada mexicana em Quito durante a crise social de outubro, anunciou hoje o Governo do Equador.
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Mundo México
Estes deputados, onde se inclui um ex-presidente do Congresso, "seguiram num voo comercial para o México" durante a manhã, indicou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador.
O México também concedeu asilo a outras sete pessoas, incluindo dois ex-funcionários do Governo de Correa, segundo fontes diplomáticas contactadas pela agência noticiosa AFP em Quito.
"Na sequência das violentas jornadas de outubro, um grupo de militantes ligados ao movimento RC [Revolução Cidadã, a formação de Rafael Moreno] dirigiu-se à embaixada do México em Quito e pediu asilo político a este país", precisa o comunicado, divulgado pelo ministro equatoriano dos Negócios Estrangeiros, José Valência, no decurso de uma vídeo-conferência no seu regresso do México, onde participou numa reunião da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).
Após confirmar o asilo concedido pelo México, o ministro precisou que o seu Governo estudou a "dita concessão" e "está seguro de que a conspiração para atentar contra a democracia e os acontecimentos violentos de outubro serão esclarecidos pela justiça e os seus responsáveis sancionados, como é devido".
As manifestações contra as medidas económicas do Governo do Presidente equatoriano, Lenín Moreno, negociadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), originaram uma crise social em outubro com um balanço de dezenas de mortos, 1.340 feridos e 1.192 detenções, segundo o Defensor do Povo, uma entidade pública responsável pela proteção dos direitos.
O chefe de Estado acusou na ocasião o seu antecessor Rafael Correa e o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, de fomentarem um plano de desestabilização do seu Governo. Uma acusação de imediato negada pelos visados.
O ex-presidente Correa (2007-2017, e com Lenín Moreno na vice-presidência entre 2007 e 2013) refugiou-se na Bélgica após deixar o poder e está indiciado em dois processos judiciais por sequestro de um opositor e corrupção, fomentados pelo atual poder em Quito.
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