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Jornalistas e ativistas de Hong Kong impedidos de entrar em Macau

As autoridades de Macau estão a recusar a entrada de jornalistas de Hong Kong e fizeram hoje o mesmo a ativistas pró-democracia daquela região especial chinesa, onde decorrem protestos há mais de meio ano que desafiam Pequim.

Jornalistas e ativistas de Hong Kong impedidos de entrar em Macau
Notícias ao Minuto

07:45 - 18/12/19 por Lusa

Mundo Macau

O mais recente caso de recusa de entrada de jornalistas aconteceu hoje - dia em que o Presidente da China chega a Macau - a um profissional da emissora pública RTHK. Já o operador de imagem pôde seguir viagem, após ter permitido o acesso das autoridades ao telemóvel e ao conteúdo das suas conversas nas redes sociais, adiantou a própria RTHK.

Este caso aconteceu após pelo menos duas outras situações que envolveram esta semana jornalistas do South China Morning Post e da Now TV News, bem como um profissional da Comercial Radio terem sido barrados em Macau, segundo as autoridades por existirem fortes sinais de que iriam envolver-se em atividades que poderiam perturbar a segurança e a ordem pública.

Esta manhã, um grupo de manifestantes de Hong Kong, entre eles um conhecido ativista pró-democracia, Leung Kwok-hun, foram proibidos de embarcar num 'ferry' para Macau, noticiou a agência de notícias Associated Press.

A recusa de entrada aconteceu depois de funcionários da companhia de transportes terem apresentado uma nota da polícia do antigo território administrado por Portugal na qual se recusava a entrada por suspeitas de que iriam perturbar as cerimónias do 20.º aniversário da rregião Administrativa Especial de Macau (RAEM), marcadas pela presença do Presidente chinês, Xi Jinping.

Em Macau, um ativista político e social que já foi candidato à Assembleia Legislativa (AL) acabou por ser detido na terça-feira, quando tentava passar a fronteira para entregar uma carta no Gabinete de Ligação de Pequim, dirigida ao Presidente chinês, na qual pedia a Xi Jinping que aceitasse as exigências dos manifestantes pró-democracia de Hong Kong, noticiou o jornal Ponto Final.

Já fora do Terminal Marítimo de Macau, depois das autoridades lhe terem apreendido a carta e outros bens pessoais, de acordo com a versão de Carl Ching, um homem terá embatido contra ele, acusando-o de ter partido um bule de chá que trazia num saco. O ativista acabou detido, alegadamente, por "dano contra a propriedade", pode ler-se no mesmo artigo.

Esta semana ficou marcada também pelas ameaças a repórteres denunciadas pela Associação de Jornalistas de Macau (AJM), ainda antes da chegada do Presidente chinês.

A associação garantiu que "muitos jornalistas locais foram ameaçados por pessoas não identificadas", que as avisaram para a forma como se deveriam expressar e agir, a poucos dias das cerimónias que assinalam os 20 anos da passagem da administração de Macau de Portugal para a China, em 20 de dezembro de 1999.

A mesma associação condenou qualquer intimidação e constrangimentos à liberdade de imprensa e apelou ao Governo Central e à RAEM para que cumpra os compromissos ao abrigo do princípio "Um país, dois sistemas".

A posição da AJM surgiu no domingo, 48 horas após a Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) ter apelado às autoridades do território para que "o livre exercício da profissão esteja assegurado na plenitude (...), perante situações recentes de jornalistas do exterior que viram a entrada negada ou que foram inquiridos prolongadamente nas fronteiras de Macau".

O Presidente chinês chega hoje a Macau para presidir às cerimónias do 20.º aniversário da transferência do território e dar posse ao novo Governo da região.

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