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Protestos contra Lei da Cidadania na Índia alastram-se às universidades

Os protestos contra a recém-aprovada alteração legislativa à Lei indiana da Cidadania para abranger imigrantes, incluindo muçulmanos, expandiram-se hoje a várias universidades do país, com novas manifestações que juntaram milhares de estudantes.

Protestos contra Lei da Cidadania na Índia alastram-se às universidades
Notícias ao Minuto

10:58 - 16/12/19 por Lusa

Mundo Índia

Várias centenas de pessoas manifestaram-se hoje de manhã frente à Universidade Jamia Millia Islamia, em Nova Deli, para protestar contra a alteração à Lei de Cidadania aprovada na semana passada pelo parlamento.

A alteração modifica a Lei da Cidadania de 1955 para permitir que imigrantes hindus, sikh, budistas, jainistas, parses e cristãos originários do Afeganistão, Bangladesh e Paquistão que tenham ido para o país antes de 2015, possam obter a cidadania indiana.

A nova legislação, que provocou protestos especialmente violentos em Assam (um Estado da Índia com um profundo sentimento anti-imigrantes) e já levou a pelo menos seis mortes, tem sido criticada por ir contra o espírito secular do país, tornando a religião um fator válido para a obtenção de cidadania.

A universidade da capital indiana tornou-se um dos epicentros dos protestos estudantis e, no domingo, registou várias cenas violentas quando a polícia invadiu o 'campus' ao anoitecer.

De acordo com a polícia, grupos de manifestantes violentos entraram no 'campus' depois de participar num protesto nos arredores da universidade, durante o qual foram queimados vários autocarros e em que a polícia teve de recorrer ao uso de gás lacrimogéneo.

No entanto, as autoridades da universidade criticaram a ação, garantindo que a polícia entrou no 'campus' sem permissão, causando danos materiais, mas também "grandes prejuízos emocionais" aos estudantes.

"A polícia deixou 200 estudantes feridos", disse a vice-reitora da universidade, Najma Akhtar, em conferência de imprensa hoje realizada.

Também na Universidade Islâmica Nadwa, na cidade de Lucknow, no Estado nortenho de Uttar Pradesh, cerca de 400 estudantes juntaram-se hoje em protesto contra a Lei de Cidadania e em solidariedade com a Universidade de Jamia.

A televisão indiana NDTV mostrou imagens de agentes da polícia a bloquear a porta principal do edifício, enquanto uma multidão de estudantes atirava objetos por cima do muro.

"A situação está normal agora, os nossos representantes estão a conversar com os líderes estudantis para os acalmar", garantiu, entretanto, o superintendente-adjunto da polícia de Lucknow, Sonam Kuma.

Já no domingo tinham sido registados confrontos entre estudantes e forças de segurança na Universidade Islâmica de Aligarh, também no Estado de Uttar Pradesh, tendo a universidade decidido fechar portas até ao próximo dia 5 de janeiro.

Os protestos estudantis também aconteceram hoje na cidade de Mumbai, quando a chefe do governo do estado oriental de Bengala, Mamata Banerjee, organizou uma marcha de milhares de pessoas contra a Lei da Cidadania que, segundo a responsável, contraria os fundamentos laicos do país.

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