Merkel defende manutenção da coligação governamental alemã
A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu hoje a coligação no poder há dois anos na Alemanha, entre conservadores e social-democratas, expressando o compromisso de levar a legislatura até ao final.
© Reuters
Mundo Alemanha
"Temos muito que fazer, começámos muitas coisas, mas temos de seguir em frente. Por isso, creio que devemos continuar a trabalhar nesta legislatura. Esta é a minha opinião pessoal e estou comprometida", disse Merkel, no final do discurso perante a Câmara Baixa sobre o orçamento federal para 2020.
A chanceler alemã referiu-se especificamente aos 20 meses de legislatura, declarando que a "situação é sólida" e que os "orçamentos alcançaram níveis recorde".
As declarações da chanceler surgem a dias do anúncio, no sábado, da nova liderança do partido social-democrata (SPD), parceiro da sua CDU na coligação governamental, após a saída da anterior líder, Andrea Nahles, na sequência dos maus resultados nas eleições europeias.
A decisão sobre ficar ou não na coligação com o partido de Merkel é, aliás, uma das questões centrais da eleição em curso no SPD.
Sobre as contas do Estado alemão, Merkel voltou hoje a defender o "deficit zero".
"Fala-se sempre com tanto desprezo sobre o orçamento equilibrado e isso surpreende-me. Se em tempos de juros baixos acreditamos que temos de nos endividar o que faremos quando os juros voltarem a ser normais? Quantas dívidas queremos assumir?", interrogou.
Qualquer coisa que não implique "investimento no quadro de um orçamento equilibrado é um absurdo", frisou.
Merkel recordou também que o orçamento inclui valores "recorde" no que diz respeito ao investimento e também sobre a luta contra a crise climática.
A chanceler falou também dos pontos essenciais para poder manter os postos de trabalho e de bem-estar, assim com a maneira de encarar as alterações climáticas.
Tudo vai depender, disse, da liderança da Alemanha como país industrializado durante mais dez ou vinte anos.
Por outro lado, Merkel referiu-se aos acontecimentos que atingiram a sociedade alemã, como o assassínio, em junho passado, do político conservador Walter Lubcke, por um neonazi, ou o ataque antissemita, há dois meses, em Halle e que fez dois mortos.
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