Uma paramédica sugeriu que uma mulher que estava a sofrer um aborto encontrasse uma caixa de tupperware para por o nado-morto, acrescentando a determinado ponto da conversa que o sangue era "festivo". Depois do incidente traumático, foi aberto um processo disciplinar à antiga funcionária.
O caso remonta a novembro de 2017 quando Lucy Bambridge respondeu, juntamente com uma colega, a uma chamada de emergência em casa da mulher. A paciente não identificada, estava a ser acompanhada numa maternidade em Cambridge, no Reino Unido, mas depois de lhe ser dito que tinha perdido o bebé foi-lhe pedido que regressasse 48 horas depois para conseguirem fazer o parto.
No entanto, depois de sofrer contrações e hemorragias, a mulher decidiu chamar uma ambulância.
A paciente foi ouvida numa audição no Tribunal do Serviço de Profissionais de Saúde e Cuidados, conta a Sky News, onde recordou os vários comentários inapropriados que ouviu da parte da antiga funcionária. "Havia alguma confusão com a roupa que usava e por isso ajudaram-me a retirá-las. Obviamente tínhamos de ter cuidado com o bebé e estava a tentar não olhar ou deixá-lo cair", começou por dizer.
"Durante o meu nervosismo foi-me perguntado se tinha alguma coisa onde por o bebé. 'Uma caixa de tupperware ou algo da cozinha'", citou. "Ficámos sem palavras".
Lucy Bambridge e a colega ter-se-ão rido de nervosismo. "Numa tentativa de dispersar o momento constrangedor, uma das raparigas inclinou-se para a frente e disse: 'Pelo menos não são dejetos! Estamos fartas de dejetos! E além disso, vermelho é festivo".
Outra das situações a que a paciente se referiu como inapropriada foi quando chegou ao momento de cortar o cordão umbilical. "Podem imaginar a minha surpresa quando a tesoura foi dada de forma celebratória ao meu marido, dando a entender que seria ele a fazê-lo. Olhei para elas e disse 'devem estar a brincar'".
"Quando foram cortar o cordão a rapariga que estava a segurar na tesoura disse-me: 'Vamos lá cortar isso. Não queremos que isso fique aí pendurado, pois não?".
Num comunicado ao painel disse ter ficado "muito triste de a paciente se ter sentido dessa forma e que na altura fez o melhor que podia com o treino limitado que tinha recebido".
"Nunca tive intenção de fazer alguém sentir-se desconfortável ou stressada. Sempre mantive um alto padrão do profissionalismo que me era pedido", referiu ainda.
A paramédica demitiu-se no mês a seguir ao incidente e vive na Austrália presentemente.