"Este complexo presidencial é um símbolo da tenacidade do povo cipriota turco e, ao mesmo tempo, é uma demonstração da existência do Estado face à injustiça", afirmou Erdogan, citado pela emissora turca NTV.
A parte norte de Nicósia é a capital da RTNC, estabelecida no terço norte da ilha e reconhecida apenas pela Turquia, enquanto a parte sul é a capital da República de Chipre, que ocupa o resto da ilha, dividida desde a invasão turca de 1974, desencadeada por um golpe de Estado cipriota grego.
No seu discurso, Erdogan insistiu que o conflito deve ser resolvido através da criação na ilha de dois Estados independentes, um grego e outro turco, e sublinhou a unidade dos diferentes partidos políticos turcos sobre a questão.
"Embora possamos ter nomes diferentes, quando falamos da causa cipriota, o nosso apelido é RTNC", afirmou o governante turco, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
O complexo presidencial, que também alberga o parlamento e o gabinete do primeiro-ministro, bem como parques, instalações desportivas e uma grande mesquita, está a ser construído desde 2022 num terreno de 640 mil metros quadrados no noroeste de Nicósia.
Após a inauguração, numa outra cerimónia, Erdogan voltou a insistir nos laços estreitos entre os povos turco e cipriota turco, atacou um sindicato que criticava a influência política de Ancara na ilha e prometeu defender a ideologia religiosa do seu partido islamita AKP também em Chipre.
"Se alguém aqui começar a lutar contra o véu usado pelas nossas raparigas no norte de Chipre, desculpem-me, mas então estarão contra nós. Porque nós lutámos muito por isto", disse o líder conservador islâmico.
A visita de Erdogan foi classificada como uma "provocação" pelo governo da República de Chipre, que é reconhecido internacionalmente como representante de toda a ilha mas está presente apenas no sul.
"Qualquer visita ilegal às nossas zonas ocupadas deve ser condenada. Esta visita confirma mais uma vez o compromisso da outra parte com a sua agenda separatista; mostra desprezo pela comunidade internacional, pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e pela própria União Europeia (UE)", disse o porta-voz do governo cipriota grego, Konstantinos Letymbiotis.
Chipre é membro da UE desde maio de 2004.
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