Os dados fazem parte de um relatório e representam um aumento com relação ao mesmo mês do ano passado, quando se registaram 1.418 protestos.
Segundo o OVCS, 1.574 protestos (91%) tiveram como propósito a exigência de direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, relacionados com o mercado laboral, serviços públicos de qualidade, educação, saúde e alimentação, áreas em que há maiores insatisfações da população.
Os restantes 165 (9%) pretenderam reclamar direitos civis e políticos, tanto de opositores como de simpatizantes do regime do Presidente do país, Nicolás Maduro.
Anzoátegui foi o estado venezuelano com mais protestos em outubro, com 148 dos 1.739 registados no país, seguindo-se Bolívar (130), Mérida (114), Miranda (105), Trujillo (101) e o Distrito Capital (97).
O OVCS adianta que a falta de resposta das autoridades tem motivado os manifestantes a exercer novas ações para conseguir as suas preocupações e exigências.
Por outro lado, os trabalhadores queixam-se da crise económica e de um ambiente em que o aparelho produtivo está cada vez mais reduzido, além de que se agrava o défice em serviços básicos, como água potável, eletricidade, gás, combustível e transportes públicos.
Os profissionais de saúde saíram às ruas para denunciar uma "emergência humanitária complexa" no setor, que atribuem "à incompetência governamental na resposta às necessidades e exigências".
Os métodos de protesto usados pelos venezuelanos em outubro incluíram greve (856), concentrações (508), exibição de grandes cartazes (249), bloqueio de estradas ou avenidas (195) e marchas (102).
As reivindicações incluíram, também, os docentes, que querem salários decentes e melhorias na infraestrutura física de escolas, básicas, secundárias e universidades, assim como programas de alimentação e garantia de serviços de transporte.